ONU apela à Tailândia para que não expulse 50 uigures para a China

O Alto-Comissariado da Organização das Nações Unidas para os Direitos do Homem apelou hoje à Tailândia para que não expulse uma cinquentena de uigures, detidos em centros para migrantes indocumentados, para um país onde podem ser "maltratados".

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© JUSTIN TALLIS/AFP via Getty Images

Lusa
24/01/2025 21:34 ‧ ontem por Lusa

Mundo

uigures

Grupos de defesa dos direitos humanos denunciaram que Banguecoque se preparara para enviar para a China 48 uigures, que estão detidos há 10 ano em centros destinados aos migrantes indocumentados na Tailândia.  

 

Segundo estas organizações, estes membros da comunidade muçulmana dos uigures fugiram da China há 10 anos e vivem no medo constante de serem repatriados.

Pequim é acusado de violações dos direitos humanos na região do Xinjiang, na qual os uigures são a maioria da população.

Os dirigentes tailandeses desmentiram que houve qualquer "ordem de expulsão".

Este Alto-Comissariado da ONU "segue de muito perto este assunto", disse à AFP a sua porta-voz, Ravina Shamdasani.

Esta semana, peritos independentes da ONU apelaram às autoridades tailandesas para que "acabem imediatamente" com os preparativos de uma eventual expulsão, avisando que os uigures estavam confrontados com "um risco real de tortura ou outro tratamento desumano ou degradante" na China.

Mais disseram que estes 48 uigures estão detidos desde há mais de 10 anos, sem comunicação com o exterior nem acesso a advogados ou familiares.

Os peritos, que são nomeados pelo Conselho dos Direitos do Homem da ONU, mas que não se exprimem em seu nome, solicitaram à Tailândia que lhes permitisse aceder aos procedimentos de pedidos de asilo e à assistência humanitária.

"Somos da opinião que estas pessoas não devem ser enviadas para a China. Receamos que venham a sofrer maus-tratos irreparáveis", acrescentaram

A organização Human Rights Watch (HRW) indicou na semana passada que os serviços de imigração tinham ordenado aos uigures que preenchessem novos documentos e que os tinham fotografado, medidas interpretadas como preparativos para uma transferência forçada.

Um relatório publicado em 2022 pela ONU enumerou violações dos direitos humanos, incluindo a tortura e o trabalho forçado, bem como internamentos arbitrários a uma vasta escala no que a china designava por "centros de formação profissional".

Pequim rejeita as acusações, alegando que está a lutar contra a radicalização islamita.

Leia Também: Uigures detidos na Tailândia enfrentam deportação e perseguições na China

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