Os despedimentos foram decretados pelo Presidente Donald Trump na sexta-feira à noite e entraram em vigor de imediato, sem que o Congresso tenha recebido avisos sobre as demissões --- um facto que já foi criticado por vários membros do Partido Democrata e até por um senador do Partido Republicano.
"Pode haver uma boa razão para os inspetores terem sido despedidos. Mas precisamos de saber se tal acontece", comentou o senador republicano Chuck Grassley, presidente da Comissão de Justiça do Senado, em comunicado.
"Gostaria de mais explicações do Presidente Trump. Independentemente disso, o aviso detalhado de demissão em 30 dias, que a lei exige, não foi fornecido ao Congresso", disse Grassley.
O papel do inspetor-geral remonta ao período pós-Watergate (1972-1974) em Washington, quando o Congresso instalou escritórios dentro das agências como uma forma independente de controlo contra a má gestão e o abuso de poder.
Embora os inspetores-gerais sejam nomeados pelo Presidente, alguns servem governos de ambos os partidos, esperando que tenham posicionamento independente.
A Casa Branca não comentou o tema, mas esta decisão é consistente com a primeira semana do regresso de Trump à Casa Branca, quando apresentou uma série de medidas para reformular o Governo federal.
Os democratas no Congresso já denunciaram esta medida, alertando para a existência de uma estratégia de expurgar organismos de controlo do Governo.
"Na calada da noite, o Presidente Trump demitiu pelo menos 12 inspetores-gerais independentes de importantes agências federais", disse o líder democrata do Senado, Chuck Schumer.
"Este é um expurgo assustador e uma antevisão da abordagem ilegal que Donald Trump e a sua administração estão a adotar com demasiada frequência", acrescentou Schumer, admitindo que as demissões são "possivelmente uma violação da lei federal".
De acordo com o jornal Washington Post, que foi o primeiro meio de comunicação social a noticiar estas demissões, entre os inspetores-gerais alegadamente afastados estão os dos departamentos de Agricultura, Comércio, Defesa e Educação.
No entanto, nesta vaga de despedimentos, terá sido poupado Michael Horowitz, o inspetor-geral do Departamento de Justiça, que emitiu relatórios sobre várias investigações criminais politicamente explosivas na última década.
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