O barco de patrulha da marinha italiana 'Cassiopea' chegou ao porto albanês de Shëngjin às 07h45, no horário local (06h45 em Lisboa), confirmou à agência de notícias EFE um fotógrafo local da agência EPA.
O Ministério do Interior italiano anunciou que estas pessoas serão agora sujeitas a "procedimentos de receção, detenção e avaliação dos casos individuais", seguindo os protocolos do acordo alcançado com o primeiro-ministro albanês, o social-democrata Edi Rama. Os 49 migrantes são, na sua maioria, do Bangladesh, do Egito, da Costa do Marfim e da Gâmbia.
Esta é a terceira tentativa do Governo da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, de implementar o seu polémico plano de deter migrantes ilegais que são intercetados no mar, a caminho de Itália, na Albânia.
No centro de Shëngjin, os requerentes de asilo serão identificados e sujeitos a um rigoroso exame médico, uma vez que, caso sejam detetadas condições de vulnerabilidade, serão reencaminhados para Itália, como já aconteceu em alguns casos nas duas transferências anteriores para a Albânia, que foram realizadas em outubro.
As duas primeiras tentativas também falharam porque os tribunais italianos não aprovaram as transferências, argumentando que nem o Egito e nem o Bangladesh eram países totalmente seguros e solicitaram a intervenção do Tribunal de Justiça da União Europeia (UE).
Desde então, os centros têm estado vazios, vigiados e geridos por uma equipa cada vez mais pequena, o que gerou fortes críticas ao Governo italiano sobre os gastos envolvidos nesta operação.
Posteriormente, o Supremo Tribunal italiano observou que cabe ao Governo determinar quais os países que são seguros e que um juiz não pode invalidar sistematicamente a detenção de migrantes, tendo de apresentar argumentos em casos específicos para não permitir o envio para a Albânia.
Após a avaliação dos casos, os migrantes serão enviados para o centro de detenção de Gjader, que tem capacidade para 3.000 pessoas por mês e está rodeado por uma vedação de sete metros de altura, coberta com arame e equipada com câmaras de vigilância.
A Itália financiou a construção do centro, localizado numa antiga base aérea construída durante a ditadura comunista na Albânia. O Governo italiano gere o centro e a polícia albanesa está limitada a monitorizar o seu perímetro externo.
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