"Temos pelo menos 15 mortos até ao momento", disse à agência de notícias France-Presse (AFP), sob anonimato, um médico do hospital de campanha montado no recinto do festival, para onde as vítimas foram retiradas após a debandada.
A emissora indiana NDTV avançou que 30 pessoas ficaram feridas na confusão.
As autoridades locais e as forças de segurança ainda não divulgaram números sobre a debandada.
O chefe do governo do estado de Uttar Pradesh, Yogi Adityanath, pediu hoje aos milhões de devotos que evitem aproximar-se da confluência dos rios sagrados Ganges e Yamuna.
Imediatamente após o acidente, um fotógrafo da AFP viu muitas vítimas a serem transportadas por socorristas ou fiéis em cobertores, algumas inconscientes, para dezenas de ambulâncias.
Realizado uma vez em cada 12 anos, o encontro, apresentado como o maior do planeta, reúne dezenas de milhões de fiéis de todo o país e do estrangeiro durante seis semanas.
De acordo com relatos, o acidente ocorreu pouco depois das 02h00 de hoje (20h30 de terça-feira em Lisboa), quando a multidão se dirigia para a água, para o primeiro mergulho do dia.
Os eventos religiosos são frequentemente palco de acidentes mortais na Índia.
Em julho, mais de 120 pessoas foram mortas, também no estado de Uttar Pradesh, durante uma debandada num encontro que reuniu mais de 250 mil fiéis para ouvir um famoso pregador hindu.
O Kumbh Mela já foi palco de debandadas mortais no passado. Em 1954, mais de 400 pessoas morreram, sobretudo devido a debandadas ou por afogamentos, num só dia.
Durante a última edição, em 2013, o festival ficou marcado pela morte de 36 pessoas durante um grande movimento de pessoas na estação de Prayagraj.
Programada para decorrer de 13 de janeiro a 26 de fevereiro, a edição de 2025 do Kumbh Mela foi anunciada como uma edição recorde. As autoridades anunciaram mais de 400 milhões de participantes, tornando-se o maior encontro de sempre.
Os banhos rituais aí realizados permitem aos fiéis, de acordo com a tradição hindu, lavar os pecados e libertar-se do ciclo de renascimento e reencarnação.
A edição anterior atraiu 120 milhões de peregrinos, segundo as autoridades.
Em comparação, a peregrinação a Meca, na Arábia Saudita, reuniu cerca de 1,8 milhões de muçulmanos em 2024.
Para acomodar os fiéis, os organizadores construíram uma verdadeira cidade de tendas e edifícios pré-fabricados.
Mais de 40 mil polícias foram mobilizados para garantir a segurança do evento, segundo as autoridades, que este ano estão a utilizar uma rede de câmaras, drones e inteligência artificial.
A edição de 2025 do Kumbh Mela foi fortemente promovida pelo Governo do primeiro-ministro hindu ultranacionalista Narendra Modi.
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