"A Ucrânia é um Estado inventado", afirmou Georgescu, sublinhando que Kyiv não tem "escolha" porque "o caminho é inevitável", defendendo as posições políticas da Rússia sobre a Ucrânia.
Na mesma entrevista, realizada na quarta-feira e hoje citada pelas agências internacionais, o candidato presidencial disse que o mundo está a mudar e que as fronteiras vão alterar-se, reavivando o "interesse histórico" sobre territórios do antigo Reino da Roménia, como a Bucovina do Norte, Bugeacul e a parte norte da região de Maramures.
"São nossos (da Roménia) historicamente", defendeu Calin Georgescu, que prevê uma nova era no contexto geopolítico internacional após a nomeação de novos líderes como o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Na primeira volta das eleições presidenciais romenas, realizada a 24 de novembro, Georgescu ganhou surpreendentemente com 23% dos votos -- as sondagens atribuíam-lhe 6% das intenções de voto -, à frente da candidata centrista Elena Lasconi, que teve 19%.
O Tribunal Constitucional anulou as eleições em 06 de dezembro, 48 horas antes da segunda volta, para a qual Georgescu era favorito, por suspeita de interferência de um "agente de um Estado estrangeiro", em referência à Rússia, e de irregularidades no financiamento da campanha.
O novo governo de coligação romeno, liderado pelo socialista Marcel Ciolacu, decidiu que as eleições presidenciais na Roménia terão lugar a 04 de maio, com uma possível segunda volta a 18 de maio, caso nenhum dos candidatos obtenha a maioria absoluta.
As sondagens apontam Georgescu como o favorito.
Sobre a Ucrânia, o candidato presidencial mostrou-se ainda favorável em negociações diretas, evitando outras vias como a União Europeia (UE).
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia já condenou as declarações, considerando que o candidato demonstrou "extrema falta de respeito" pelo povo ucraniano.
Por outro lado, Kyiv acusa Georgescu de manter um discurso político marcado pela propaganda da Rússia.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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