"Exigimos mais proteção para os meios de comunicação independentes, que são insubstituíveis como o 'quarto poder' para uma democracia funcional", disse o presidente honorário da associação, Otmar Lahodynsky, num comunicado citado pela agência espanhola EFE.
O jornalista austríaco alertou que "não deve haver intimidação por parte dos governos através da retirada de financiamento e publicidade".
Lahodynsky disse que a associação, que tem 700 membros de 16 países, "está preocupada com as atuais ameaças e restrições à liberdade de imprensa" em vários países da Europa Central, incluindo Áustria, Alemanha, Eslováquia e Hungria.
Na Áustria, referiu, o partido xenófobo e de extrema-direita FPO foi o mais votado nas eleições de setembro passado e está a negociar a formação de um governo com o conservador Partido Popular (OVP).
Lahodynsky disse temer que o líder do partido e possível novo primeiro-ministro, Herbert Kickl, tente "domesticar os meios de comunicação social críticos", retirando-lhes subsídios públicos ou contratos de publicidade.
Alertou também que o partido de extrema-direita alemão AfD está "a intensificar os ataques aos meios de comunicação social, que descreve como uma 'imprensa mentirosa'".
Recordou que Elon Musk, proprietário da X e colaborador próximo do novo presidente norte-americano, manifestou apoio à AfD, pelo que disse temer que os utilizadores da rede social "recebam cada vez mais mensagens unilaterais e branqueadas sobre as atividades de [Donald] Trump".
Lahodynsky afirmou que são de esperar conflitos no domínio da política dos meios de comunicação social entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE).
Na UE, referiu "a liberdade dos meios de comunicação social é considerada parte integrante dos valores europeus".
O partido no poder na Hungria, o Fidesz, controla a maior parte dos meios de comunicação social, denunciou Lahodynsky.
O dirigente da AEJ lamentou que apenas alguns órgãos de imprensa independentes continuem a criticar o primeiro-ministro húngaro, o ultranacionalista Viktor Orbán.
"Na Eslováquia, o primeiro-ministro populista de esquerda Robert Fico está a imitar este caminho [de Orbán]. Colocou o organismo público de radiodifusão totalmente sob o seu controlo e reconduziu a maior parte dos cargos de direção", denunciou.
Devido às medidas, "há protestos dos trabalhadores e manifestações", acrescentou.
A AEJ, fundada por jornalistas de Itália, França e Alemanha em 1962 em San Remo (Itália), é uma organização não-governamental (ONG) dedicada à liberdade dos meios de comunicação social e à integração europeia.
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