Os dois arguidos não foram representados por advogado.
Olivier Boko, um influente homem de negócios considerado durante muito tempo como o 'braço direito' do Presidente Patrice Talon, e o ex-ministro Oswald Homéky, foram detidos no final de setembro de 2024 por suspeita de planearem um golpe de Estado neste pequeno país da África Ocidental com 13 milhões de habitantes, o que sempre negaram.
Rock Nieri, cunhado de Olivier Boko, que se encontra atualmente em fuga, foi também julgado.
Os três homens foram condenados a 20 anos de prisão e ao pagamento de 60 mil milhões de francos CFA (cerca de 91,5 milhões de euros) de indemnização ao Estado beninense, um montante sem precedentes, por "conspiração contra a autoridade do Estado, corrupção de um funcionário público e falsificação de um certificado".
Os arguidos forma ainda condenados a pagar uma coima individual de 4,5 mil milhões de francos CFA (6,8 milhões de euros).
Três outros acusados neste processo judicial foram absolvidos.
Aquando da abertura do processo, em 21 de janeiro, os advogados de defesa opuseram-se à composição do tribunal, composto por três juízes em vez dos cinco habituais, e todos eles se retiraram do processo como forma de protesto.
O tribunal pediu então aos arguidos que encontrassem novos advogados para os defenderem, mas estes recusaram, considerando impossível o tempo concedido.
O julgamento foi retomado na terça-feira, sem a presença de advogados de defesa.
"Não há lugar para o ódio no meu coração. Tudo o que o procurador especial diz é por dedução. Estou inocente", declarou Olivier Boko hoje no tribunal.
Durante o julgamento, o coronel Djimon Dieudonné Tevoedjrè, chefe da guarda presidencial, afirmou ter sido abordado pelo antigo ministro sobre "um golpe de Estado ao estilo de Bazoum", em referência ao antigo Presidente do Níger Mohamed Bazoum, derrubado em 2023 por uma junta militar.
Olivier Boko tinha começado a manifestar ambições políticas, sugerindo que seria candidato à magistratura suprema em 2026, o que terá desagradado a Patrice Talon.
Talon, que está no poder desde 2016, chegará ao fim do seu segundo mandato em 2026.
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