Desde que o novo líder norte-americano assumiu a presidência "anunciou o congelamento da ajuda externa dos EUA, e a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) está em tumulto: o 'site' está inacessível, a conta no X suspensa, a sede da agência fechada e os funcionários instruídos a ficar em casa", informam os RSF.
Inclusive Elon Musk, que lidera o Departamento de Eficiência Governamental, insinuou que a USAID era uma "organização criminosa", embora a agência esteja presente em mais de 30 países.
Neste sentido, organizações noticiosas em todo o mundo contactaram os RSF "expressando confusão, caos e incerteza", após os anúncios de Trump que afetam ONGs internacionais, como o Fundo Internacional para Media de Interesse Público e meios de comunicação que vivem sob condições repressivas.
O diretor executivo dos RSF EUA, Clayton Weimers, disse que "o presidente Trump justificou essa ordem acusando - sem evidências - que a chamada 'indústria de ajuda externa' não está alinhada com os interesses dos EUA".
"De acordo com uma informação da USAID retirado do ar em 2023, a agência financiou formação e apoio a 6.200 jornalistas, auxiliou 707 meios de comunicação não estatais e apoiou 279 organizações da sociedade civil do setor de media dedicadas ao fortalecimento dos media independentes".
Um jornalista bielorrusso exilado mencionou: "temos artigos agendados até ao final de janeiro, mas depois disso, se não encontrarmos soluções, não poderemos publicar mais", explica.
Também "um jornalista iraniano exilado foi entrevistado pelos RSF e adverte que o impacto do congelamento do financiamento pode silenciar as últimas vozes livres remanescentes, criando um vácuo que a propaganda estatal iraniana inevitavelmente preencheria. 'Desligar-nos significará que eles terão mais poder'", acrescenta a organização.
Com este panorama, o secretário de Estado Marco Rubio, também "anunciou que foi nomeado diretor interino da agência [USAID], sugerindo que as suas operações estavam a ser transferidas para o Departamento de Estado".
Leia Também: Repórteres Sem Fronteiras criticam suspensão da Al Jazeera na Cisjordânia