Albânia defende que europeus devem ter uma única política migratória

O primeiro-ministro albanês, Edi Rama, pediu hoje aos europeus que estabeleçam uma política migratória única e que deixem de lado as diferenças ideológicas e disputas partidárias ou o continente enfrentará ainda mais problemas.

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© Thierry Monasse/Getty Images

Lusa
07/02/2025 16:10 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Migrações

"A Europa está entre a espada e a parede (...) tem de lutar contra a migração, mas precisa de cada vez mais imigrantes", disse hoje o primeiro-ministro albanês numa reunião realizada em Madrid, onde anunciou que a Albânia vai acolher a edição de 2027 do Congresso Mundial de Direito.

 

Rama destacou a dicotomia em que a Europa se encontra em relação a esta questão, já que "por um lado tem que lidar com uma grande quantidade de migração ilegal e a porosidade muito preocupante das suas fronteiras" e, por outro, "o seu dramático declínio demográfico".

Embora tenha declarado que não é seu trabalho "dar lições ou aconselhar ninguém sobre como resolver esta questão" na Europa, pediu a todos os envolvidos que evitem usar a questão da migração como uma arma política ou para "alimentar mais o medo" das pessoas.

"Esta é a coisa mais perigosa que estamos a fazer na Europa. Transformar algo que tem a ver com a gestão de fronteiras e a gestão da força de trabalho numa guerra cultural", alertou o primeiro-ministro albanês.

"Isto pode devastar a alma da Europa. Portanto, enquanto não houver uma política comum sobre esta questão, para além dos interesses eleitorais de esquerda e de direita (...), a Europa terá problemas", enfatizou Rama, alertando para tempos "muito difíceis" pela frente se o paradigma não for alterado.

Rama reconheceu que o acordo de migração estabelecido com a Itália, baseado na transferência de migrantes que chegam à costa italiana para centros de detenção em solo albanês, "não é a solução final" e referiu que o pacto responde à necessidade de o seu país retribuir a ajuda do vizinho "em momentos muito dramáticos".

"Quando a Itália nos pede, nós sempre ajudamos (...), especialmente pelo que a Itália fez por nós depois da queda do comunismo (...). Quando tivemos um terramoto devastador, as tropas italianas vieram e arriscaram as suas vidas para salvar as pessoas dos escombros", recordou Rama.

"Acredito que todos os países europeus, todas as nações europeias devem ajudar-se mutuamente", disse Rama, que, por outro lado, afastou qualquer tipo de responsabilidade pelos contratempos que o acordo com o Governo de Itália, da primeira-ministra Giorgia Meloni, está a encontrar na justiça italiana.

"Essa é uma pergunta para a minha 'irmã' Giorgia Meloni", afirmou.

Há uma semana, os tribunais italianos recusaram-se a permitir que mais de 40 migrantes fossem transferidos de Itália para a Albânia, o que significa que vão ser reenviados para território italiano. O Governo italiano já enviou outros migrantes para a Albânia, entretanto os tribunais italianos determinaram também o retorno destas pessoas para Itália.

"É uma operação que está 100% sob a supervisão e responsabilidade italiana. Os dois centros têm extraterritorialidade, portanto, segurança, movimentos, tratamento, aspetos legais, tudo é italiano", disse.

Rama afastou ainda a possibilidade de um plano semelhante ser acordado com a Espanha, sobretudo devido a uma questão geográfica, sublinhando que a Itália e a Albânia partilham os mares Jónico e Adriático, que são rotas muito utilizadas de migrantes.

Leia Também: Migrações. Moção com extrema-direita gera protestos na Alemanha

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