Na quarta e na quinta-feira, centenas de manifestantes destruíram edifícios ligados à antiga líder, que foi forçada a fugir para a Índia em 5 de agosto de 2024, após semanas de tumultos sangrentos.
Membros da 'Students Against Discrimination' (Estudantes contra a discriminação), uma organização considerada como estando por detrás da revolta, foram atacados num bairro da capital, exigindo posteriormente uma reação das autoridades.
As autoridades de Daca anunciaram hoje o início de uma operação de repressão depois de fações "ligadas ao regime autoritário deposto terem atacado um grupo de estudantes, ferindo-os gravemente".
A operação foi batizada de "Caça aos Demónios", disse o ministro do Interior do governo provisório, Jahangir Alam Chowdhury, citado pela agência francesa AFP.
Os tumultos foram desencadeados pelo anúncio de que Hasina iria falar em direto no Facebook a partir da vizinha Índia.
A casa-museu do seu pai, Sheikh Mujibur Rahman, o primeiro presidente do Bangladesh, foi arrasada por uma escavadora.
O governo provisório atribuiu as culpas à antiga primeira-ministra, que governou o país com mão de ferro desde 2009 até ao exílio, e que multiplicou as mensagens nas redes sociais, galvanizando os seus apoiantes.
O Prémio Nobel da Paz Muhammad Yunus, que dirige o governo provisório, apelou à calma na sexta-feira.
"O respeito pelo Estado de direito é o que diferencia o novo Bangladesh, que estamos a trabalhar para construir juntos, [a partir] do antigo Bangladesh sob o regime fascista", afirmou em comunicado.
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