O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, volta a sentar-se no banco dos réus de um tribunal de Telavive, esta segunda-feira. Em causa estão acusações de abuso de confiança, fraude e de aceitar subornos em três casos diferentes.
O julgamento começou em 2020 e foi adiado após o ataque do Hamas, a 7 de outubro de 2023, tendo recomeçado em meados de dezembro de 2024. Na altura, os advogados de Netanyahu tinham apresentado vários pedidos para adiar o depoimento, alegando que a guerra em Gaza o impedia de se preparar de forma adequada e que a sua segurança não podia ser garantida na sala de tribunal.
Benjamin Netanyahu é acusado de abuso de confiança, fraude e de aceitar subornos em três escândalos distintos, nos quais é acusado de tráfico de influências com poderosos dirigentes da área dos media, bem como outros associados.
Este julgamento marca também um marco na história de Israel, sendo a primeira vez que um primeiro-ministro em exercício testemunha como arguido num julgamento criminal, já que, em casos anteriores, os seus antecessores demitiram-se antes de enfrentarem processos judiciais.
Netanyahu é acusado de corrupção em três casos distintos. Quais?
Segundo a acusação, Netanyahu concedeu favores regulamentares no valor de cerca de 1,8 mil milhões de shekels (cerca de 514 milhões de euros) à Bezeq Telecom Israel em troca de uma cobertura positiva de si próprio e da sua mulher Sara.
Netanyahu foi também acusado de fraude e abuso de confiança por, alegadamente, com a sua mulher, ter recebido indevidamente quase 700.000 shekels (190 mil euros) em presentes de Arnon Milchan, um produtor de Hollywood e cidadão israelita, e do empresário bilionário australiano James Packer.
Num terceiro caso, o primeiro-ministro terá negociado um acordo com Arnon Mozes, proprietário do jornal israelita Yedioth Ahronoth, para obter uma melhor cobertura em troca de legislação para travar o crescimento de um jornal rival.
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