China diz que visita do primeiro-ministro das Ilhas Cook não visa terceiros países

A China insistiu hoje que a visita do primeiro-ministro das Ilhas Cook a Pequim, esta semana, não visa conspirar contra nenhum país no Pacífico Sul, apesar de a viagem ter provocado uma disputa diplomática com a Nova Zelândia.

Notícia

© Reuters

Lusa
10/02/2025 11:46 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Ilhas Cook

A visita parece fazer parte da campanha da China para cortejar as pequenas nações insulares do Pacífico Sul, onde Pequim tem vindo a utilizar o seu peso económico e diplomático, naquilo que os críticos dizem ser um esforço para reduzir a influência dos Estados Unidos e dos seus aliados e conceder a si própria acesso a recursos minerais, pescas e pontos de navegação estratégicos.

 

"A relação entre a China e as Ilhas Cook não visa terceiros e não deve ser sujeita ou perturbada por terceiros", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Nova Zelândia, Winston Peters, afirmou ter repetido num telefonema com o primeiro-ministro das Ilhas Cook, Mark Brown, que este deveria discutir com a Nova Zelândia o conteúdo da Parceria Estratégica Global e outros acordos que Brown pretende assinar na China.

"Esta ausência de consultas é uma questão de grande preocupação para o governo da Nova Zelândia", afirmou o gabinete de Peters, num comunicado difundido no domingo.

As Ilhas Cook, um conjunto de 15 pequenas ilhas com uma população de 15.000 habitantes mas com uma grande zona económica exclusiva, têm-se autogovernado em associação livre com a Nova Zelândia, a sua maior fonte de ajuda. O acordo, com quase 60 anos, permite que os habitantes das Ilhas Cook tenham cidadania e passaportes neozelandeses e trabalhem e vivam na Nova Zelândia.

Brown afirmou que a Nova Zelândia foi informada de que o acordo com a China não diz respeito à segurança, mas que Wellington não tem o direito de rever a redação exata de quaisquer documentos.

O primeiro-ministro afirmou que a sua visita de Estado a Pequim se centrará nas energias renováveis e na agricultura, mas que também abordará o desenvolvimento dos transportes marítimos e a exploração de minerais no fundo do mar, áreas que têm preocupado particularmente a Nova Zelândia, a Austrália ou os Estados Unidos.

A falta de transparência em torno de tais acordos redobrou as preocupações, em especial desde que as Ilhas Salomão romperam as relações com Taiwan para estabelecer laços com Pequim e celebraram um pacto de segurança secreto que suscitou receios de que as forças de segurança chinesas ganhassem uma posição na região há muito dominada pelos EUA, Austrália e Nova Zelândia.

O pacto de segurança suscitou o receio de uma presença naval chinesa na região e do estacionamento de tropas terrestres que poderiam pôr em causa o acesso de outros países à região, que fica perto da Austrália e onde o Japão e os EUA travaram batalhas ferozes durante a Segunda Guerra Mundial.

Leia Também: Número de casamentos na China caiu para valor mais baixo desde 1980

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas