Os reféns libertados no sábado passado disseram que foram intencionalmente sujeitos à falta de alimentos pelo Hamas, em Gaza.
Em declarações ao jornal Yediot Ahronot, o irmão de um refém libertado disse que este esteve descalço durante 16 meses, com fome e com um medo constante "de que cada dia pudesse ser o último".
Na mesma entrevista, Or Levy disse que o irmão foi sujeito a "fome intencional".
O irmão de Levy atribuiu este método ao antigo líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, e criticou o Governo israelita por ter conhecimento destes procedimentos utilizados contra os reféns.
Uma reportagem do canal de televisão israelita Channel 12 referiu no domingo que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o então ministro da Defesa Yoav Gallant e o atual ministro da Defesa Israel Katz foram "explicitamente" informados da "fome intencional e dos abusos físicos e mentais" a que os reféns foram sujeitos.
O outro irmão de Or, Michael, disse ao jornal Yediot Ahronot que o familiar travou uma batalha física, mental e emocional durante o cativeiro, acrescentando que não sabia que a mulher e as duas filhas tinham sido mortas.
"O maior receio foi confirmado quando foi libertado. Durante 491 dias, esperou por notícias da mulher, Einav. Ontem (sábado) descobriu que tinha sido morta", lamentou Michael.
Entretanto, as famílias de Eliya Cohen e Alon Ohel disseram ter recebido provas de vida dos três reféns libertados.
A mãe de Eliya, Sigi Cohen, disse ao diário Israel Hayom que o filho estava detido em túneis com Or Levy e Eli Sharabi - que foram libertados com Ohan Ben Ami no sábado passado - no âmbito da quinta troca acordada entre Israel e o Hamas.
A mãe de Eliya disse que o filho, que sofre de epilepsia, está ferido na perna e não recebeu cuidados médicos adequados.
Entretanto, o Presidente israelita, Yitzhak Herzog, enviou na segunda-feira uma carta a Alon Ohel, o outro refém israelita em Gaza, que faz hoje 24 anos de idade.
O pianista Alan Ohel foi raptado a 07 de outubro de 2023, depois de ter fugido do festival de música que foi atacado pelo Hamas, após ter sido ferido no olho e atingido por estilhaços no corpo.
O Presidente sublinhou que se encontrou com a família de Ohel nos últimos dias.
"Como todas as famílias de reféns, são heróis israelitas. Há 493 dias que lidam com a dor, a ansiedade e a saudade sem fim, desde que Alon foi raptado", lê-se numa nota.
O Presidente israelita acrescentou que as imagens que considerou desoladoras dos reféns e que foram divulgadas no sábado passado sublinham a necessidade urgente de concluir o acordo para trazer Alon e todos os outros reféns "de volta à família".
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