Alemanha. Grandes incógnitas dos resultados estão nos pequenos partidos

A vitória para a União Democrata Cristã (CDU) parece clara nas eleições legislativas alemãs, mas há três pequenos partidos que lutam pela permanência no Bundestag (parlamento) e podem baralhar as coligações.

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© Frank Hoensch/Getty Images

Lusa
10/02/2025 14:11 ‧ há 10 horas por Lusa

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Alemanha/Eleições

Para os militantes das forças políticas A Esquerda (Die Linke), Aliança Sahra Wagenknecht (BSW) e Partido Democrático Livre (FDP) um voto pode fazer a diferença. Os três estão perto dos 5%, de acordo com as sondagens, o valor obrigatório para conseguirem entrar no parlamento alemão.

 

Nas mais recentes sondagens, o Die Linke consegue entre 5% e 6% dos votos, o melhor resultado dos últimos dois anos. O partido chegou a ter menos de 3% quando Sahra Wagenknecht decidiu criar o seu próprio partido. O apoio chegou a ser tão baixo que alguns institutos deixaram de incluir esta força política nos seus estudos.

A subida dos resultados está ligada à posição sobre as políticas de asilo. O Die Linke é o único partido no parlamento que se opõe ao endurecimento das medidas que afetam a entrada e permanência de refugiados. O tema tem gerado muita polémica nas últimas semanas na Alemanha, depois da União Democrata Cristã (CDU, conservadores) ter feito passar uma moção com o apoio da extrema-direita.

O partido de Sahra Wagenknecht, criado em janeiro de 2024, concorre pela primeira vez a umas eleições legislativas. Começou com resultados que chegaram aos dois dígitos, roubando votos à esquerda, mas também à extrema-direita. Os números começaram a baixar depois das eleições regionais no leste da Alemanha.

O BSW deverá ter, de acordo com as sondagens, entre 4% a 6%.

Já os liberais do FDP não parecem ultrapassar os 4%, correndo o risco de ficar de fora do hemiciclo alemão.

O líder dos liberais, Christian Lindner, antigo ministro das Finanças que se incompatibilizou com o ainda chanceler, Olaf Scholz, e foi demitido, queria uma reviravolta para o seu partido com o fim da chamada "coligação semáforo", que reunia o SPD (centro-esquerda), os liberais e Os Verdes.

Até agora, isso ainda não aconteceu. Wolfgang Kubicki, vice-presidente do FDP, acredita que o partido deixará de existir "mais tarde ou mais cedo" se os liberais não atingirem os 5%.

Um estudo recente realizado pelas Universidades de Potsdam e Viena revela que a mais pequenas diferenças nas sondagens influenciam a forma como os cidadãos votam nos partidos que estão perto da barreira dos 5%.

A investigação revela que a última sondagem tem um peso grande no comportamento dos eleitores. Se um partido estiver acima do limiar antes das eleições, conseguirá entrar no parlamento em três de cada quatro casos. Se, pelo contrário, estiver um pouco abaixo desse limiar, apenas um em cada quatro partidos conseguirá ter lugar no parlamento.

A fragmentação no Bundestag torna a formação de um governo mais complexa. Apenas a CDU/CSU (congénere bávara União Social-Cristã) do chanceler Konrad Adenauer conseguiu uma maioria absoluta na sua reeleição em 1957. Nas restantes votações para o Bundestag, os vencedores tiveram sempre de formar coligações.

Até 2021, as coligações foram formadas por dois partidos. Há três anos, o Partido Social Democrata (SPD) teve de unir forças com os Verdes e o FDP para formar a "Ampelkoalition".

A Alemanha realiza em 23 de fevereiro eleições legislativas antecipadas - estavam previstas para 28 de setembro -, na sequência da queda da coligação governamental liderada por Olaf Scholz.

Leia Também: Alemanha deverá crescer 0,4%, pior desempenho dos países industrializados

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