Em declarações à imprensa, DiCarlo disse ter tido uma "conversa construtiva" em Nicósia com o Presidente de Chipre, Nikos Christodoulides, a quem transmitiu o "firme compromisso" do secretário-geral da ONU, António Guterres, de trabalhar para aproximar as partes em disputa.
"Discutimos os preparativos para a próxima reunião em Genebra, em março", disse, por sua vez, Christodoulides à comunicação social, depois de também ter tido uma reunião "produtiva" com o presidente da autoproclamada República Turca do Norte de Chipre, Ersin Tatar.
O porta-voz do Governo cipriota, Konstantinos Letimbiotis, disse numa conferência de imprensa que Christodoulides apresentou a DiCarlo uma série de propostas e recomendações para garantir um "resultado positivo" na próxima reunião em Genebra, Suíça.
Antes da reunião, Tatar afirmou que o povo cipriota turco tem direito à soberania e que qualquer "solução construtiva" para a ilha deve ter em conta as exigências do Norte de Chipre, um Estado de facto reconhecido apenas pela Turquia.
Chipre está dividido em dois desde 1974, altura em que o exército turco ocupou a parte norte - 36,2% do território - na sequência de um golpe de Estado instigado pela junta militar no poder na Grécia e do receio de que a ilha se juntasse à Grécia.
Em 1983, os cipriotas turcos proclamaram a República Turca do Norte de Chipre, reconhecida apenas por Ancara, que mantém cerca de 35.000 efetivos militares na ilha.
Ao longo das décadas, foram fracassando, uns após outros, vários outros esforços liderados pela ONU para reunificar a nação do Mediterrâneo Oriental com base numa federação bizonal.
O esforço mais recente foi feito em 2021, quando funcionários da Turquia, da Grécia e do Reino Unido (potências garantes ao abrigo de um acordo que pôs fim ao domínio colonial britânico em Chipre) se juntaram aos principais políticos cipriotas gregos e cipriotas turcos em Genebra para três dias de conversações.
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