Europa terá de fazer "sacrifícios" para aumentar investimento na defesa

Os países europeus vão ter de fazer sacrifícios para aumentar o investimento na defesa e continuar a ajudar a Ucrânia na guerra contra a Rússia, avisou hoje uma analista do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS na sigla inglesa). 

Notícia

© Reuters

Lusa
12/02/2025 15:18 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Defesa

"Penso que o nível de crescimento a que assistimos nas despesas europeias em 2024 será extremamente difícil de manter sem alguns sacrifícios", afirmou Fenella McGerty durante a apresentação em Londres do balanço Militar 2025 do IISS.

 

Os 32 países membros da NATO comprometeram-se em 2014 a gastar 2% do respetivo Produto Interno Bruto (PIB) em defesa, quando na altura apenas três atingiam essa meta. 

Analistas esperam que 23 países tenham atingido esse objetivo em 2024, mas o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem posto pressão nos parceiros para que aumentem o valor para 3% ou 5%.  

"Foram necessários 10 anos para nos aproximarmos dos 2% e muito desse crescimento ocorreu nos últimos dois anos. Foi necessária uma invasão de um país do continente europeu para que essa mudança acontecesse. Logo, para que os aumentos continuem, são necessários sacrifícios", avisou McGerty. 

Mesmo mantendo a taxa de crescimento de 2024, os membros europeus da NATO demorariam cinco anos para atingir uma média de 3% e dez anos para alcançar 5% do PIB em despesa militar, estimou a analista.

Sobre o Reino Unido em particular, que se comprometeu a aumentar a despesa para 2,5%, a analista do IISS avisou que "será necessário anunciar novos cortes no âmbito da próxima revisão do orçamento da defesa". 

De acordo com o Balanço Militar 2025, a despesa europeia com defesa aumentou 11,7% em 2024, atingindo 457 mil milhões de dólares (442 mil milhões de euros), com destaque para a Alemanha e Polónia. 

Este montante correspondente a menos de um terço do total da despesa da Aliança Atlântica, que ascende a 1,44 triliões de dólares (1,39 biliões de euros), em grande parte garantido pelos Estados Unidos.

Segundo o IISS, o crescimento europeu foi inferior ao da Rússia, que aumentou a despesa militar em 41,9% para 13,1 biliões de rublos (145,9 mil milhões de dólares ou 141 mil milhões de euros). 

Em termos de paridade do poder de compra (PPC), as despesas militares totais da Rússia atingiram 462 mil milhões de dólares (447 mil milhões de euros) em 2024, mais do que o total da Europa e o equivalente a 6,7% do PIB. 

Antecipando o anúncio do Secretário da Defesa norte-americano, Pete Hegseth, hoje em Bruxelas de que os EUA vão reduziu o apoio militar à Europa e à Ucrânia, o analista Ben Barry alertou que isto "reforça a urgência de a Europa fazer mais pela sua própria defesa" e que "é imperativo que as forças armadas europeias acelerem a sua modernização e reforcem os seus efetivos".

O IISS produz anualmente o Balanço Militar, que faz uma avaliação das capacidades militares e da economia da defesa a nível mundial e inclui dados atualizados sobre estruturas militares, inventários de equipamento e orçamentos de mais de 170 países.

Leia Também: Risco de fraude. AMN deteta perfis falsos de militares nas redes sociais

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas