"Estamos a fazê-lo e fá-lo-emos. Os aliados da NATO prometeram 40 mil milhões de euros em ajuda militar à Ucrânia em 2024 e acabaram por disponibilizar 50 mil milhões. A maioria, quase 60% dessa ajuda à Ucrânia no ano passado, veio de nações europeias", afirmou hoje, numa conferência de imprensa em Bruxelas.
Healey falava após uma reunião na sede da NATO do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, do qual Portugal faz parte e que o Reino Unido liderou pela primeira vez.
No encontro, o secretário da Defesa norte-americano, Pete Hegseth, disse que a Europa "deve fornecer uma parcela esmagadora de assistência letal e não letal futura à Ucrânia", o que significa doar mais munições e equipamento e expandir a sua base industrial de defesa.
Hegseth insistiu que os gastos em defesa dos países europeus da NATO devem ser incrementados, argumentando que a meta atual de 2% do PIB não é suficiente, e que deve atingir os 5%.
O ministro da Defesa britânico disse que os países europeus "escutaram o seu apelo para que se mobilizem" e reiterou que esse esforço já é visível.
"Fizemos mais em relação à Ucrânia e faremos mais, fizemos mais em relação às despesas com a defesa e faremos mais. No ano passado, assistiu-se a um aumento de 20% nas despesas com a defesa das nações da NATO não americanas", vincou.
Healey disse que "as nações à volta da mesa (e) o Reino Unido apoiam firmemente a determinação do Presidente Trump em garantir o fim deste conflito, em garantir o que ele disse querer, ou seja, uma paz duradoura".
Evitando comentar o facto de Hegseth ter reconhecido que a Ucrânia terá de ceder território à Rússia e que vai deixar de assegurar a segurança europeia, o ministro da Defesa britânico concordou com os EUA, que consideram que um acordo de paz não deverá permitir a adesão imediata da Ucrânia à NATO.
"Nós, enquanto Aliança da NATO, à qual o secretário da Defesa também se comprometeu com a maior firmeza possível, sempre fomos claros quanto ao facto de o lugar legítimo da Ucrânia ser na NATO. Este é um processo que levará algum tempo", admitiu Healey.
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