Lula fala em explorar petróleo na Amazónia na véspera de ir à sede da COP30

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, reafirmou hoje que quer que "seja explorado" se há petróleo na Foz do Amazonas, na véspera de visitar a sede da Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP30), no coração da Amazónia.

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Lusa
12/02/2025 18:52 ‧ há 3 horas por Lusa

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Lula da Silva

"Eu quero que seja explorado. Nós temos que pesquisar, ver se tem petróleo", afirmou o chefe de Estado brasileiro, durante uma entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá, capital do estado do Amapá, um dos estados amazónicos brasileiro.

 

De seguida, Lula da Silva criticou o órgão ao qual cabe as autorizações de pesquisa e exploração de petróleo, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)

 "O que não dá é para ficar nessa lenga-lenga. O Ibama é um órgão de governo e está parecendo que é um órgão contra o Governo", criticou, referindo-se ao facto do instituto ainda não ter autorizado a pesquisa.

O Presidente brasileiro anunciou que vai agendar para as próximas semanas uma reunião entre o executivo e o Ibama e voltou a afirmar: "precisamos autorizar que a Petrobras faça pesquisa".

Na mesma entrevista, e na véspera de se deslocar à cidade de Belém, capital da COP30, que se realizará em novembro, o Presidente brasileiro criticou os países desenvolvidos por não terem cumprido com o financiamento para a preservação das florestas e o combate aos efeitos das alterações climáticas.

"Estamos cobrando do mundo desenvolvido, que já desmatou toda a sua terra, que eles financiem para que os países que ainda têm floresta, as mantenham em pé", disse.

O estado brasileiro do Pará, que em novembro acolhe a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, foi o território que mais devastou a floresta da Amazónia em 2024 e pelo nono ano consecutivo.

De acordo com dados divulgados no final de janeiro pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazónia (Imazon), "o campeão de desmatamento em 2024 foi o Pará, com 1.260 quilómetros quadrados devastados".

Essa área representa um aumento de 3% em relação a 2023.

O Brasil preside este ano à COP30, num momento crucial para garantir medidas concretas para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus celsius acima dos níveis pré-industriais, estabelecido no Acordo de Paris em 2015. 

O acordo prevê uma série de metas para a redução de emissões de gases com efeito de estufa, cuja implementação tem sofrido atrasos e resistências, ao mesmo tempo que o aquecimento global avança. Em janeiro, o centro europeu Copernicus informou que o ano de 2024 foi o mais quente da história e o primeiro a ultrapassar a marca de 1,5 graus celsius de aumento na temperatura média da Terra face os níveis pré-industriais.

A COP30 no Brasil terá de resolver questões relativas ao financiamento aos países em desenvolvimento que ainda estão pendentes e que, segundo especialistas de todo o mundo, se tornarão mais difíceis já que o atual Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris num dos primeiros atos administrativos que assinou depois da posse, como já havia feito em 2017, durante o seu primeiro mandato.

Leia Também: Marcelo visita o Brasil entre os próximos dias 16 e 20 de fevereiro

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