Laurindo Nhacune, diretor nacional de Alfabetização e Educação de Adultos (AEA), ligado ao Ministério da Educação de Moçambique, disse que foram injetados recursos em 11 distritos-piloto, incluindo capitais provinciais, para acelerar a erradicação do analfabetismo, sobretudo na população adulta.
"As ações nestes distritos arrancaram em 2008, e com a estratégia do AEA, de 2010-2015, foram direcionados recursos e ações para até 2015 serem declarados livres do analfabetismo, com taxa abaixo dos 30 por cento", declarou Laurindo Nhacune.
O responsável assegurou haver mais pessoas que já assinam seus Bilhetes de Identidade e frequentam hospitais e tribunais nos distritos de Pemba (Cabo-Delegado), Sanga (Niassa) e Moma (Nampula) norte, Quelimane (Zambézia), Moatize (Tete), Beira (Sofala) e Manica (Manica), centro e Vilanculos (Inhambane), Xai-Xai (Gaza), Moamba e distrito municipal Ka Mphumo na província e cidade de Maputo respetivamente, no sul de Moçambique.
Moçambique apresenta atualmente uma taxa de analfabetismo de 48,1 por cento na população jovem e adulta, ou seja, apenas 52 pessoas em cada 100 moçambicanos sabem ler e escrever frases simples, contra 60,5 por cento em 2000.
Desde 2010 cerca quatro milhões de moçambicanos foram alfabetizados, incluindo 18.400 adultos das lideranças comunitárias (régulos e membros dos Conselhos Consultivos) através de programas de alfabetização regular, via rádio e educação não formal.
"Estas opções resultam do facto de compreendermos que as crescentes exigências de conhecimento e habilitações para a inserção social e económica na vida dos cidadãos, impõem a extensão da escolaridade para que mais jovens e adultos tenham acesso a educação", disse Itai Meque, vice-ministro da Educação.
Falando hoje no distrito de Vanduzi, Manica, centro de Moçambique, nas celebrações do dia internacional da alfabetização, Itai Meque, disse que a meta do Governo é alfabetizar um milhão de moçambicanos por ano, e levar a redução, imposta pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), a uma taxa nacional de 30 por cento.
Por sua vez, o representante da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em Moçambique, desafiou o esforço de alfabetização a não se limitar a dotar as pessoas das capacidades de ler e escrever e cálculo, mas a consciencializar sobre a necessidade de contribuir para o desenvolvimento de Moçambique.
"A alfabetização não muda só a vida, mas salva a vida das pessoas", precisou Moussa-Elkadhum Djaffar, adiantando que as descobertas de recursos naturais e os riscos de desastres naturais no país precisam da consciência da população, cabendo a educação um papel preponderante.
Referiu ainda que com a população alfabetizada melhora-se a perceção sobre o acesso a saúde e higiene ambiental, favorecendo assim que o cidadão participe, garantindo o futuro do país, com exercício de cidadania e autoestima.
Em Moçambique, o dia 08 de setembro foi celebrado sob o lema "Alfabetização para o desenvolvimento sustentável".