"Os drones violaram o nosso espaço aéreo e dois deles explodiram no nosso território", afirmou a presidente da Moldova, Maia Sandu, acusando a Rússia de não respeitar fronteiras.
O governo decidiu convocar com urgência o embaixador russo para protestar contra ações consideradas inaceitáveis devido ao sobrevoo "frequente" do espaço aéreo por drones russos.
De acordo o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Chisinau o sobrevoo de aparelhos aéreos não tripuladas russos constituem riscos crescentes para a estabilidade regional.
Segundo a polícia de fronteira da Moldova, dois drones despenharam-se em campos no sul do país, na fronteira com o território ucraniano, sem causar feridos.
As autoridades locais indicaram que também foram encontrados destroços num terceiro local e os funcionários de um posto fronteiriço foram retirados do local.
Na Roménia, o Ministério da Defesa anunciou que um aparelho russo tinha atravessado brevemente o espaço aéreo do país perto da cidade ucraniana de Reni, no Danúbio.
Por causa do incidente, a Roménia ativou hoje de manhã quatro caças de combate, dois F-16 da Força Aérea romena e dois Eurofighters da Força Aérea Espanhola destacados numa missão da Aliança Atlântica, depois de um aparelho aéreo russo ter entrado "brevemente" no espaço aéreo.
O Ministério da Defesa de Bucareste disse que os radares romenos detetaram às 00:30 (02:30 em Lisboa) um objeto aéreo que atravessou brevemente o espaço aéreo da Roménia.
Os caças de combate espanhóis estão a participar no serviço reforçado de vigilância aérea da NATO na Roménia.
O incidente ocorre um dia depois da reunião entre os ministros da Defesa espanhol e romeno, Margarita Robles e Angel Tilvar, na base Mihail Kogalniceanu, onde discutiram o reforço do flanco oriental da NATO e a situação de segurança na região do Mar Negro.
Os dois ministros reuniram-se durante a visita de Robles às tropas espanholas destacadas na Roménia, que participam na operação da NATO para controlar e proteger o flanco oriental da Aliança.
A Roménia, país membro da NATO que faz fronteira com a Ucrânia, tornou-se aliado na transferência de ajuda para Kiev e na facilitação da exportação de produtos agrícolas ucranianos para os mercados internacionais através dos portos locais.
Desde o início da ofensiva, em fevereiro de 2022, Moscovo tem vindo a realizar ataques com drones e mísseis contra instalações portuárias da Ucrânia, perto da Roménia e da Moldova.
Os dois países, que descobriram várias vezes destroços de drones, condenam regularmente as repetidas violações dos seus espaços aéreos.
Em setembro do ano passado, os ministros da Defesa do flanco oriental da NATO pediram uma "resposta coletiva" a estes incidentes.
Para a NATO, no entanto, não há qualquer indicação, nesta fase, de que estes incidentes constituam um ataque intencional da Rússia contra os países membros da Aliança.
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