O advogado ambientalista norte-americano Robert F. Kennedy Jr. foi confirmado como secretário da Saúde dos Estados Unidos, avança o The Guardian.
A decisão foi confirmada pelo Senado, após votações, esta quinta-feira, 13 de fevereiro, que o declararam secretário da Saúde e dos Serviços Humanos, apesar das preocupações sobre as teorias da conspiração quanto à segurança das vacinas avançadas pelo próprio.
As votações deram a vitória a Robert F. Kennedy Jr. com 52 republicanos a votarem a favor. O antigo líder republicano do Senado dos Estados Unidos, Mitch McConnell, foi o único Republicano a votar contra.
Como secretário da Saúde, Kennedy tem agora a responsabilidade de supervisionar as recomendações de vacinas e as campanhas de saúde pública.
O novo secretário da Saúde norte-americano foi nomeado por Trump a 14 de novembro, pouco mais de uma semana depois das eleições presidenciais em que este derrotou a candidata democrata, a vice-presidente em exercício, Kamala Harris.
Trump afirmou então, na sua rede social, Truth Social, que zelar pela saúde dos cidadãos é o cargo mais importante do governo e sustentou que, "durante demasiado tempo", os norte-americanos tinham sido "esmagados pelo sistema alimentar industrial e pelas farmacêuticas, que recorreram ao engano, à desinformação e à manipulação" em questões de saúde pública.
Robert Francis Kennedy Junior, de 71 anos, é, além de sobrinho de JFK, filho do antigo procurador-geral dos Estados Unidos Robert F. Kennedy, também ele assassinado na década de 1960, mas o clã Kennedy, historicamente democrata, afastou-se dele por causa da sua proximidade com Trump.
Em abril de 2023, antes de dar o seu apoio ao então candidato presidencial republicano, apresentou-se como a alternativa ao então presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden (2021-2025), e anunciou as suas aspirações a ser o candidato do Partido Democrata, mas em outubro do mesmo ano abandonou o partido para se candidatar como independente e depois acabou por se retirar da corrida presidencial e juntar-se à campanha de Trump.
A sua escolha como secretário da Saúde foi questionada e juntou-se à polémica lista que compunha o executivo de Trump, com o dono da rede social X (antigo Twitter), Elon Musk, como chefe do Departamento de Eficiência Governamental; o apresentador da Fox News Pete Hegseth como secretário da Defesa, ou o legislador Matt Gaetz como Procurador-Geral, que acabou por demitir-se devido a escândalos sexuais.
Na sua audiência de confirmação no Senado, a 29 de janeiro, Kennedy Jr. negou ser antivacinas, apesar de ter anteriormente defendido que nenhuma delas é segura.
Em concreto, disse apoiar a administração de vacinas contra o sarampo e a poliomielite, afirmando: "Nada farei, como secretário da Saúde, que dificulte ou desencoraje as pessoas de tomar qualquer uma dessas vacinas".
[Notícia atualizada às 18h07]
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