A organização europeia incitou ainda Moscovo, através de uma declaração em nome dos 27 países membros, a libertar imediatamente os seus advogados e todos os presos políticos.
"Hoje assinala-se um ano da morte do líder da oposição russa Alexei Navalny, de que o presidente Putin e as autoridades russas têm a responsabilidade máxima", afirmou a alta representante da UE para os Assuntos Exteriores.
Kaja Kallas destaca ainda que "Navalny deu a sua vida por uma Rússia livre e democrática" e, hoje, "injustamente, os seus advogados continuam presos, juntamente com centenas de outros prisioneiros políticos".
Neste sentido, pediu à Rússia para que os libertasse "imediata e incondicionalmente".
A também responsável pela política de segurança da UE afirmou que o Kremlin continua a sua repressão interna, dirigida a todos os que defendem a democracia, enquanto intensifica a sua "guerra ilegal de agressão" contra a Ucrânia.
Kaja Kallas pediu à Rússia que coloque um fim na "brutal" repressão e que cumpra o direito internacional.
A responsável recordou que, desde 2020, a UE sancionou os "responsáveis pelo envenenamento, detenção arbitrária, acusação injusta e a condenação por motivações políticas" de Navalny, que foi reconhecido pelo seu trabalho enquanto dirigente da oposição, ao organizar, em 2011, o maior protesto antigovernamental desde a queda da União Soviética.
Apesar de ter sofrido uma tentativa de assassinato, em 2020, após nove meses de convalescença na Alemanha, voltou à Rússia, onde foi condenado e enviado, em decembro de 2023 para uma prisão do outro lado dos montes Urais, onde morreu.
Kaja Kallas recordou também que, em 2024, a UE adotou um regime de sanções específicas para a Rússia, com foco nos direitos humanos e a quem imponha sanções adicionais a funcionários russos que cometam abusos, violações e repressão dos direitos humanos.
A versão oficial sobre a morte de Navalny, tornada pública pela Rússia em agosto de 2024, é de que o líder da oposição -- que tinha sido transladado dois meses antes para uma prisão no Ártico -- morreu de causas naturais, devido a uma arritmia.
Um diagnóstico recebido com ceticismo que levou um grupo de médicos e autoridades de saúde russas a solicitarem a Putin para abrir um processo-crime contra os funcionários da prisão ártica, que consideram terem tido um "comportamento negligente das suas obrigações".
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