"Tive uma boa conversa com Recep Tayyip Erdogan hoje. Abordámos as garantias de segurança para a Ucrânia e a necessidade de os aliados aumentarem a sua despesa em defesa para corresponderem a este momento da segurança da Europa", escreveu Mark Rutte nas redes sociais.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) está a atravessar um início de mandato atribulado, alimentado pela incerteza sobre a ação dos Estados Unidos da América (EUA) em relação à Aliança Atlântica.
O presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, é crítico da NATO e ameaçou durante o seu primeira mandato abandonar a organização. Ainda não tinha tomado posse para o segundo mandato e já tinha tecido críticas à falta de investimento de vários países que integram a organização político-militar, por exemplo, Portugal, que só prevê atingir o mínimo de 2% do Produto Interno Bruto em defesa no final da década.
Recentemente, Washington anunciou contactos com Moscovo para solucionar o conflito na Ucrânia, mas a conversa entre Donald Trump e o homólogo russo, Vladimir Putin, parece ter decorrido sem atender às exigências feitas pela Ucrânia e em contracorrente da posição dos países da União Europeia (23 dos 27 Estados-membros também pertencem à NATO e são mais de metade dos países da Aliança Atlântica), de que um cessar-fogo e uma solução de paz duradoura só poderiam ocorrer atendendo às exigências ucranianas.
A Ucrânia exige a saída das tropas russas da totalidade do território ocupado desde 24 de fevereiro de 2022 e também da Crimeia (território ocupado em 2014) e a integração na NATO, para assegurar que Moscovo não repetirá a invasão.
No entanto, o secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, considerou que estas metas "são um objetivo irrealista", lançando a incerteza sobre o que a Casa Branca poderá decidir com o Kremlin.
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