O juiz que tutela a investigação deste caso determinou ainda que Ábalos, que é atualmente deputado, não pode sair do país e terá de se apresentar a cada 15 dias perante o Tribunal Supremo de Espanha.
O magistrado justificou estas medidas com "a particular gravidade" dos possíveis crimes de que Ábalos é suspeito e o objetivo de assegurar que o antigo ministro "escape à ação da justiça e compareça" sempre que for chamado.
O juiz avançou com estas medidas cautelares depois de no mês passado o parlamento espanhol ter levantado a imunidade a José Luis Ábalos.
A justiça espanhola abriu no início de novembro uma investigação a José Luis Ábalos por causa de suspeitas de corrupção na compra de máscaras durante a pandemia de covid-19 por parte de estruturas da administração pública nacional e de governos autonómicos.
José Luis Ábalos, ministro dos Transportes durante três anos, até julho de 2021, foi também, até então, secretário de Organização do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e considerado como um 'braço direito' de Sánchez.
A justiça espanhola já investigava há meses o antigo assessor de Ábalos no Governo, Koldo García, quando o Tribunal Supremo de Espanha confirmou em 07 de novembro, num comunicado, que Ábalos seria também investigado e que estão em causa suspeitas de "participação numa organização criminosa, tráfico de influências, corrupção e desvio de fundos".
O ex-ministro foi ouvido no Supremo Tribunal em dezembro, pela primeira vez, e negou ter recebido comissões na compra de máscaras durante a pandemia.
Segundo fontes presentes na audição citadas por vários meios de comunicação social espanhóis, Ábalos negou todas as suspeitas de que é alvo no processo e todas as acusações de corrupção em que o envolveu o empresário Victor Aldama no âmbito desta investigação.
Ábalos não envolveu qualquer membro do atual Governo ou de executivos anteriores de Sánchez nas suspeitas de corrupção na compra das máscaras e limitou eventuais responsabilidades ao antigo assessor, Koldo García, segundo as mesmas fontes.
Este caso, a par da investigação de que é alvo a mulher do primeiro-ministro, Begoña Gómez, por suspeita de tráfico de influências e corrupção, tem sido um dos mais usados no último ano pela oposição em Espanha para atacar Pedro Sánchez, que está à frente do Governo espanhol desde 2018.
A oposição acusa Sánchez de já saber desde 2021 da corrupção que envolvia Ábalos e de a ter encoberto, sendo esse o motivo por que o tirou do Governo e da direção do PSOE em julho daquele ano.
Sánchez tem negado estas acusações e lembrou que Ábalos saiu do Governo com outros ministros, no âmbito de uma remodelação alargada, garantindo que essa mudança visou dar nova energia ao executivo após a pandemia.
José Luis Ábalos foi entretanto suspenso provisoriamente como militante do PSOE em fevereiro deste ano, quando foram conhecidas as primeiras notícias sobre o 'caso Koldo', mas recusou abandonar o parlamento e manteve-se como deputado independente.
Sánchez tem destacado precisamente a forma rápida como o PSOE agiu perante a suspeita de corrupção e tem dito que confia na justiça.
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