A Comissão Central de Inspeção e Disciplina (CCDI), órgão máximo anticorrupção do PCC, afirmou que Tan "tirou partido do setor militar para seu proveito pessoal" e transformou o seu cargo num instrumento de enriquecimento ilícito.
A agência acusou o antigo funcionário de aceitar subornos e utilizar o seu cargo para influenciar reestruturações empresariais e contratos de projetos.
A investigação revelou que o antigo presidente "perdeu os seus ideais e convicções, traiu as suas aspirações originais" e violou os regulamentos internos do PCC ao "aceitar banquetes inadequados", ao "envolver-se em trocas de poder por sexo" e ao utilizar a sua posição para "procurar obter benefícios para terceiros na reestruturação de empresas e na contratação de projetos de engenharia".
Tan, que foi secretário do Partido Comunista na AVIC, é também acusado de encobrir informações em investigações oficiais, aceitar presentes ilegalmente e desviar grandes somas de fundos públicos.
Na sequência da sua expulsão do PCC, o caso foi remetido para as autoridades judiciais, o que poderá conduzir a um processo penal.
O anúncio faz parte da vasta campanha anticorrupção lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após ascender ao poder, em 2012.
A campanha intensificou-se nos últimos anos, com quase 900 mil funcionários punidos, em 2024.
O setor militar tornou-se um dos principais focos dos investigadores: a liderança do PCC anunciou em dezembro que iria "redobrar os seus esforços" numa luta que resultou na queda de ministros e oficiais do exército ao longo do último ano.
Xi sublinhou a necessidade de reforçar a disciplina e de lutar contra a corrupção no seio do Exército de Libertação Popular (ELP), para garantir que as Forças Armadas são "absolutamente leais, absolutamente puras e absolutamente fiáveis".
A atual campanha visa funcionários públicos, mas também setores tão diversos como as finanças, o tabaco e produtos farmacêuticos, entre outros, e segue-se à lançada em 2012, que foi acompanhada por uma maior repressão, censura e suspeitas de que as acusações fazem parte de uma manobra para calar os críticos.
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