Lula da Silva critica políticas do Governo Trump em reunião dos BRICS

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou hoje políticas adotadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas áreas da economia, saúde e clima, numa reunião preparatória da Cimeira dos BRICS.

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Lusa
26/02/2025 18:23 ‧ há 3 horas por Lusa

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Sem mencionar diretamente o líder norte-americano, Lula da Silva disse que a "atual escalada protecionista na área de comércio e investimentos reforça a importância de medidas que busquem superar os entraves" à integração económica dos países emergentes e defendeu que "aumentar as opções de pagamento significa reduzir vulnerabilidades e custos."

 

"A presidência brasileira está comprometida com o desenvolvimento de plataformas de pagamento complementares, voluntárias, acessíveis, transparentes e seguras", acrescentou o Presidente brasileiro, numa resposta velada às ameaças feitas por Trump de taxar os membros dos BRICS (grupo de economias emergentes fundado pelo Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul), caso esses países avancem em iniciativas para substituir o dólar por moedas locais e outras alternativas de pagamento em transações comerciais.

O encontro do BRICS, realizado em Brasília, é o primeiro dos chefes de delegações do fórum em 2025 sob a presidência brasileira, e que servirá para discutir a agenda da Cimeira de líderes marcada para 06 e 07 julho, no Rio de Janeiro.

 O Presidente brasileiro também considerou que "sabotar os trabalhos da Organização Mundial da Saúde (OMS) é um erro com sérias consequências", numa aparente referência à saída dos Estados Unidos da organização.

No que se refere às políticas para o ambiente, o chefe de Estado brasileiro lembrou que, pela primeira vez, as temperaturas mundiais excederam, em 2024, o limite crítico de 1,5º graus Celsius acima dos níveis pré-industriais e que o planeta acumulou recordes de temperaturas e de concentração de gases do efeito estufa.

"A omissão custa caro e não poupará ninguém (...). O Acordo de Paris e todo o regime do clima estão sob ameaça", afirmou Lula da Silva sem mencionar a saída dos Estados Unidos do acordo para o clima e a reversão de políticas de transição energética que têm sido tomadas pela administração de Trump.

Lula defendeu que o BRICS tem a força política necessária para mobilizar "resultados ambiciosos para a COP-30 [Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá no estado amazónico do Pará], garantindo que o crescimento económico caminhe lado a lado com a justiça social e ambiental".

Lula da Silva também incentivou o desenvolvimento da inteligência artificial (IA), que "ajuda a superar desafios éticos, sociais e económicos" enfrentados pelos países mais pobres, e evitar que essa tecnologia se torne "um monopólio de algumas nações e empresas".

De acordo com o Presidente brasileiro, "grandes corporações não têm o direito de silenciar e desestabilizar nações inteiras com desinformação", fenómeno sobre o qual considerou que os países do BRICS deveriam ter uma posição comum de "confronto".

"Não podemos permitir que a distribuição desigual dessa tecnologia deixe o Sul Global à margem. O interesse público e a soberania digital devem prevalecer sobre a ganância corporativa", concluiu.

O grupo BRICS foi fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e nos últimos meses aceitou Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irão, Indonésia e Arábia Saudita como novos membros, embora esta última ainda não tenha formalizado sua adesão.

Leia Também: Brasil defende cooperação contra o protecionismo em encontro do BRICS

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