Estudo descodifica como bactérias gástricas levam ao cancro do estômago

Um estudo da Universidade de Birmingham, no Reino Unido concluiu como diferentes interações bacterianas podem desencadear o desenvolvimento do cancro do estômago

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Lusa
27/02/2025 07:12 ‧ há 3 horas por Lusa

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Segundo um estudo publicado na revista Helicobacte, realizado por investigadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, revelou como diferentes interações bacterianas podem desencadear o desenvolvimento do cancro do estômago, de acordo com um artigo publicado pela revista Helicobacter.

 

A equipa de investigadores, liderada por Amanda Rossiter-Pearson, descobriu que as bactérias não H. pylori podem penetrar no revestimento do estômago em fases pré-cancerosas, explicando potencialmente a progressão do cancro.

A investigação pode abrir novas vias para a intervenção e o tratamento precoces deste tipo de cancro, se permitir compreender por que razão apenas uma pequena percentagem de infeções por H. pylori conduz ao cancro.

Segundo o estudo publicado na quarta-feira, as bactérias gástricas, que se infiltram no revestimento do estômago, desempenham um papel significativo no aparecimento do cancro do estômago, que tem opções de tratamento limitadas e taxas de sobrevivência fracas.

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"Estamos entusiasmados com o potencial desta observação para abrir uma nova via de investigação na prevenção do cancro do estômago. É possível que um simples tratamento com antibióticos possa ser administrado para tratar estas bactérias. No entanto, há muito trabalho pela frente", afirmou Rossiter-Pearson, citada no artigo.

Rossiter-Pearson sublinhou a necessidade de "determinar a identidade destas bactérias e compreender de que forma a presença destas bactérias no estado pré-canceroso tem impacto no risco de o doente desenvolver cancro do estômago".

O cancro gástrico é a quarta principal causa de morte relacionada com o cancro em todo o mundo. A infeção pela bactéria Helicobacter pylori, embora assintomática para a maioria das pessoas, há muito que foi identificada como o principal fator de risco do cancro do estômago.

No entanto, ainda não se sabe ao certo por que razão apenas 1% das infeções evolui para cancro gástrico.

A equipa, que utilizou na investigação a mais recente tecnologia de imagem para identificar a localização das bactérias, verificou que, enquanto a H. pylori colonizava exclusivamente as glândulas gástricas, as bactérias não-H. pylori extravasavam através do revestimento do estômago na condição pré-cancerosa, a metaplasia intestinal gástrica.

Os resultados sugerem que a fuga de bactérias para os tecidos gástricos mais profundos pode representar um fator anteriormente ignorado na progressão do cancro.

Se detetada precocemente, a H. pylori pode ser erradicada com antibióticos, o que reduz o risco de o doente desenvolver cancro gástrico.

No entanto, quando se desenvolvem alterações pré-cancerosas, o tratamento antibiótico contra a H. pylori torna-se ineficaz, sublinhando a necessidade urgente de procurar intervenções alternativas.

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