A comissão, composta por sete membros, entre os quais uma mulher, estará encarregada de redigir "a declaração constitucional para a fase de transição" na Síria e vai "apresentar as suas propostas ao Presidente", refere o comunicado, citado pela agência France-Presse (AFP).
A decisão terá em conta as "aspirações do povo sírio de construir o seu Estado de direito e os resultados da conferência de diálogo nacional sírio", acrescentou.
A conferência de diálogo nacional realizou-se em Damasco na terça-feira e desenhou as linhas gerais da Síria futura.
Entre os principais objetivos está o desarmamento dos grupos armados, uma justiça de transição e o enraizamento dos valores de liberdade.
Na ocasião, tinha sido decidido formar um comité constitucional para redigir um texto que "consagre os valores da justiça, da liberdade e da igualdade e estabeleça o Estado de direito", após cerca de 14 anos de guerra.
Al-Shaara tinha prometido a publicação de uma declaração constitucional durante o período de transição e estimou que o país precisaria de entre quatro a cinco anos para organizar eleições.
Bashar al-Assad, então Presidente da Síria, foi derrubado a 08 de dezembro por uma aliança de grupos rebeldes islamitas liderados pelo grupo radial islamita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), encabeçado por al-Shaara.
O derrube do regime de Assad, que esteve no poder 24 anos e fugiu para a Rússia, pôs fim à guerra civil que eclodiu na Síria em 2011, quando se desencadearam revoltas populares em massa contra o Governo, e que transformou o país no cenário de uma das piores catástrofes humanitárias do planeta.
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