EUA acusam 'hackers' chineses de uma vasta campanha de ciberespionagem

Doze cidadãos chineses, incluindo 'hackers' e funcionários de uma empresa privada de 'hacking', foram acusados de ligação a campanhas globais de ciberespionagem dirigidas a dissidentes, meios de comunicação social, agências e universidades dos Estados Unidos.

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Lusa
06/03/2025 06:54 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Cibersegurança

O anunciou chegou hoje através do Departamento de Justiça e o Departamento do Tesouro dos EUA, que revelou uma violação por parte de atores chineses no final do ano passado, naquilo a que chamou um "grande incidente de cibersegurança", estava entre os alvos dos 'hackers' acusados.

 

As acusações surgem numa altura em que o governo dos EUA tem alertado para uma ameaça cibernética cada vez mais sofisticada por parte da China, incluindo uma invasão, no ano passado, de uma empresa de telecomunicações denominada Salt Typhoon, que deu a Pequim acesso a textos privados e conversas telefónicas de um número desconhecido de americanos, incluindo funcionários do governo dos EUA e figuras públicas proeminentes.

Uma das acusações acusa os líderes e fundadores de uma empresa privada de 'hacking' conhecida como I-Soon, cujos funcionários efetuaram uma série de violações em todo o mundo como parte do que as autoridades americanas dizem ser uma vasta operação de recolha de informações.

Entre as pessoas citadas na acusação está Wu Haibo, que fundou a I-Soon em Xangai em 2010 e foi membro do primeiro grupo de 'hackers' ativista da China, o Green Army.

A acusação continha novas revelações sobre as atividades da I-Soon que visavam um vasto leque de dissidentes chineses, organizações religiosas e meios de comunicação social sediados nos Estados Unidos, incluindo um jornal identificado como publicando notícias relacionadas com a China e opondo-se ao Partido Comunista Chinês.

Outros alvos incluem críticos individuais da China que vivem nos EUA, a Agência de Inteligência da Defesa e uma universidade de investigação.

Uma fuga de documentos da I-Soon mostrou principalmente que esta organização tinha como alvo uma ampla gama de governos, como Índia, Taiwan ou Mongólia, mas pouco os Estados Unidos.

Nalguns casos, os alvos eram dirigidos pelo Ministério da Segurança Pública da China - dois agentes da autoridade foram também encarregados de dar determinadas tarefas - mas noutros casos os piratas informáticos agiam por sua própria iniciativa e tentavam depois vender as informações roubadas ao governo, diz a acusação.

A empresa cobrava ao governo chinês o equivalente a cerca de 10.000 a 75.000 dólares (entre 9.279 e 69.587 euros) por cada caixa de correio eletrónico pirateada com êxito, segundo as autoridades.

Os números de telefone listados para a I-Soon num registo de empresas chinesas ficaram sem resposta, e os representantes da I-Soon não responderam imediatamente a um e-mail da AP a pedir comentários.

Um porta-voz da Embaixada da China em Washington, Liu Pengyu, sugeriu que as alegações eram uma "difamação".

"Esperamos que as partes relevantes adotem uma atitude profissional e responsável e baseiem a sua caracterização dos incidentes cibernéticos em provas suficientes e não em especulações e acusações infundadas", acrescentou Pengyu.

Uma acusação separada acusa dois outros 'hackers' chineses de uma campanha de 'hacking' com fins lucrativos que visava vítimas, incluindo empresas de tecnologia dos EUA, grupos de reflexão, empreiteiros de defesa e sistemas de saúde.

Leia Também: Espiões: EUA oferecem 2 milhões de dólares por dois hackers chineses

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