Japão manifesta "total confiança" no respeito dos EUA por pacto de segurança

O Japão expressou hoje "total confiança" de que os Estados Unidos cumprirão as obrigações assumidas num tratado de segurança bilateral para defender a nação asiática, depois de o Presidente Donald Trump considerar o pacto como não recíproco.

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Lusa
07/03/2025 10:12 ‧ há 5 dias por Lusa

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O Japão, que vê a aliança como o eixo da sua defesa e diplomacia, também considerará "de forma proativa" maneiras de fortalecer as capacidades de dissuasão e resposta da aliança e manterá uma comunicação próxima com os Estados Unidos, disse o secretário-geral do Governo nipónico, Yoshimasa Hayashi, citado pela agência japonesa de notícias, Kyodo News.

 

Os comentários foram feitos depois de Trump, nos primeiros comentários sobre o pacto bilateral de segurança entre os Estados Unidos e o Japão desde que regressou à Casa Branca em janeiro, ter dito aos jornalistas: "Adoro o Japão. Temos uma ótima relação com o Japão, mas temos um acordo interessante com o Japão em que temos de os proteger, mas eles não têm de nos proteger".

Nos últimos anos, o Japão e os Estados Unidos têm vindo a reforçar a interoperabilidade das Forças de Auto-Defesa japonesa e das forças armadas norte-americanas face às crescentes ameaças de segurança da Coreia do Norte e da China.

Hayashi afirmou que as duas nações podem agora "ajudar-se mutuamente sem problemas", na resposta a várias situações, na sequência de uma alteração legal que permite ao Japão - cuja Constituição renuncia à guerra - exercer o direito de autodefesa coletiva, quando reunidas determinadas condições.

"Estamos plenamente confiantes de que os Estados Unidos cumprirão as suas obrigações no âmbito do tratado de segurança Japão-Estados Unidos, utilizando todas as capacidades disponíveis, incluindo as nucleares", declarou Hayashi, numa conferência de imprensa.

O ministro japonês da Defesa, Gen Nakatani, fez eco da mesma opinião em comentários aos jornalistas. Embora tenha evitado abordar diretamente as observações de Trump, o militar sublinhou que Tóquio está "a trabalhar para reforçar fundamentalmente" as capacidades de defesa com o objetivo de aumentar as despesas de defesa para 2% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano fiscal de 2027.

O regresso de Trump suscitou preocupações quanto ao facto de Washington exercer mais pressão sobre os aliados para que gastem e façam mais para se defenderem.

O Presidente dos Estados Unidos lançou dúvidas sobre a NATO, enquanto Elbridge Colby, nomeado subsecretário da Defesa para a política da Administração Trump, instou no início desta semana o Japão a aumentar o seu orçamento para 3% do PIB.

Ao abrigo do pacto de segurança Japão-EUA, as forças militares norte-americanas estão estacionadas no Japão, sobretudo em Okinawa, que fica perto de Taiwan e das ilhas Senkaku no mar do Leste da China.

As ilhas Senkaku, administradas pelo Japão mas reivindicadas pela China, têm estado no centro das tensões entre Tóquio e Pequim.

Na primeira cimeira com Trump, em fevereiro, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, confirmou ao líder norte-americano que as ilhas desabitadas estão abrangidas pelo tratado de segurança.

Leia Também: Japão cauteloso sobre gasoduto colossal anunciado por Trump para o Alasca

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