O principal líder da oposição, Raila Odinga, líder do Movimento Democrático Laranja, disse que o pacto de hoje não era uma "nova formação política", mas um acordo que "ajudaria a construir o país".
Por sua vez, o presidente, William Ruto, que lidera a Aliança Democrática Unida, disse que os líderes sempre tomaram decisões "politicamente corretas" e não aquelas que são boas para o povo do Quénia.
Ruto elogiou Odinga por ter tomado sempre "decisões difíceis".
Como reação, o analista político Nanjala Nyabola questionou na rede social X: "então, basicamente, não haverá nenhum partido da oposição no parlamento do Quénia?".
Já o líder do Partido Democrático, Kalonzo Musyoka, escreveu no X que o pacto de hoje foi "a maior traição aos quenianos".
É a quarta vez que Odinga - cinco vezes derrotado nas eleições - assina um pacto com um presidente no poder.
Odinga e Ruto afirmaram que o seu pacto não se destina a distribuir cargos governamentais entre os dois partidos, mas sim a estabelecer um quadro de consultas sobre questões que afetam os quenianos.
Odinga afirmou que o pacto "ajudará a aliviar a tensão no país" e que a oposição compreendeu que não basta "ficar de lado a criticar".
"Comprometemo-nos a realizar consultas regulares sobre questões prementes", disse Odinga.
A oposição no Quénia tem sido criticada por se ter remetido ao silêncio enquanto o Governo aumentava os impostos e reprimia os jovens que protestavam contra o executivo em junho de 2024.
Em fevereiro, Odinga concorreu e perdeu a candidatura a presidente da comissão da União Africana para Mahmoud Ali Youssouf, do Djibuti, o que criou incerteza quanto ao seu futuro político.
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