Katrin Ivanova, 33 anos, Vanya Gaberova, 30 anos, e Tihomir Ivanchev, 39 anos, foram considerados culpados de conspirar para obter informações direta ou indiretamente úteis para a Rússia entre 2020 e 2023.
As duas mulheres e o homem hoje condenados faziam parte de um grupo de seis búlgaros, juntamente com outros três homens - Orlin Roussev, 46 anos, Bizer Dzhambazov, 43 anos, e Ivan Stoyanov, 33 anos - que já tinham assumido culpa.
As sentenças deverão ser conhecidas em maio no tribunal penal central de Londres, conhecido por Old Bailey.
Num comunicado, a Polícia Metropolitana de Londres revelou que Roussev era o líder, mas que recebia as instruções através de Jan Marsalek, um cidadão austríaco que se descobriu trabalhar para os serviços secretos russos.
O grupo estava encarregue da execução de várias atividades de espionagem e vigilância no Reino Unido e na Europa.
O Comando Antiterrorista da polícia analisou mais de 200 mil mensagens e apreendeu centenas de artigos na sequência de uma série coordenada de rusgas e detenções realizadas em 08 de fevereiro de 2023.
A polícia identificou seis "conspirações" de espionagem, incluindo sobre dois jornalistas de investigação por noticiarem histórias contrárias aos interesses do Estado russo e a vigilância de uma base militar dos Estados Unidos na Alemanha onde acreditavam que estavam a ser treinados soldados ucranianos.
Equipamento de espionagem sofisticado, como aparelhos de escuta, câmaras ocultas e uma impressora de bilhetes de identidade falsa, foi encontrado num antigo hotel de 33 quartos, pertencente a Orlin Roussev e localizado em Great Yarmouth, no leste de Inglaterra.
Um antigo político do Cazaquistão que vivia no Reino Unido também foi visado e o grupo planeava organizar protestos na embaixada do Cazaquistão em Londres para ajudar o Estado russo a conquistar a simpatia do regime daquele país.
Um outro homem, designado como "agente estrangeiro" pela Rússia, foi também alvo do grupo durante operações de vigilância no Montenegro.
O comandante Dominic Murphy, chefe do Comando Antiterrorista da Polícia Metropolitana de Londres, declarou que esta foi uma "investigação extremamente complexa sobre um grupo que estava a levar a cabo operações de vigilância sofisticadas no Reino Unido e na Europa, em nome do Estado russo".
"Este caso é um exemplo claro da quantidade crescente de casos de ameaças estatais com que estamos a lidar no Reino Unido, em especial relacionados com a Rússia", acrescentou, destacando o "fenómeno relativamente novo, em que a espionagem está a ser 'externalizada' por certos Estados".
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