Líder de Myanmar admite que eleições sejam no final do ano ou já em 2026

O líder da junta militar que governa Myanmar (antiga Birmânia) desde o golpe de Estado de 2021 anunciou hoje a realização de eleições no final do ano ou no início de 2026, durante uma deslocação à Bielorrússia.

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© Contributor/Getty Images

Lusa
07/03/2025 17:53 ‧ há 3 dias por Lusa

Mundo

Myanmar

Depois de garantir, em dezembro de 2024, que as eleições gerais teriam lugar em 2025, uma vez que os preparativos estavam a evoluir "positivamente" apesar dos conflitos internos, Min Aung Hlaing assumiu agora que o processo pode ser mais demorado.

 

O líder pediu, porém, às autoridades bielorrussas que enviem observadores para participarem no processo de "supervisão" do ato eleitoral, como explicou durante uma conferência de imprensa após o seu encontro com o Presidente, Alexander Lukashenko, segundo a agência estatal bielorrussa BelTA.

Hlaing garantiu que as eleições serão "livres e justas", acrescentando que 53 partidos políticos já se registaram, pelo que a campanha eleitoral poderia começar no final deste ano.

Felicitou ainda o próprio Lukashenko pela sua "vitória convincente" nas últimas eleições presidenciais, apesar das alegações de fraude feitas pela oposição.

Lukashenko prometeu enviar observadores à antiga Birmânia e aconselhou a que se faça "tudo o que for benéfico para o país", mesmo que existam sanções ou que haja pessoas "que não gostem". Com estas palavras, referia-se às restrições impostas pela União Europeia ao país na sequência do golpe de Estado e que afetam centenas de altos funcionários da junta e cerca de 20 empresas.

Myanmar atravessa uma grave crise desde o golpe militar que anulou os resultados das eleições gerais de novembro de 2020, nas quais a Liga Nacional para a Democracia (LND) da então líder "de facto", a Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, obteve uma maioria parlamentar com base em fraude, uma alegação contestada pelos observadores internacionais.

A revolta militar foi seguida de uma dura repressão contra opositores, ativistas e manifestantes, a que se juntou um aumento dos confrontos entre o exército e vários grupos rebeldes em vários estados do país.

O Governo de Unidade Nacional declarou em setembro de 2021, a partir do exílio, "uma guerra popular defensiva" contra a junta militar e apelou aos cidadãos "de todos os cantos do país" para que se rebelassem contra os golpistas que tomaram o poder, o que conduziu a uma guerra civil.

Leia Também: Myanmar. Novos ataques do exército causam 12 mortos e 30 feridos

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