Merz propõe, nomeadamente, a criação de um fundo especial para as infraestruturas, em troca do apoio dos Verdes a uma maioria de dois terços no parlamento alemão, Bundestag, que permita aumentar as despesas com a defesa.
"É claro que vamos tomar medidas para proteger o clima", disse Merz à rádio pública alemã Deutschlandfunk. Além disso, as despesas com a ajuda à Ucrânia serão incluídas no orçamento da defesa.
O líder da CDU sublinhou ainda que "o fracasso não é uma opção" em relação à formação de uma maioria governamental, depois de ter chegado a um pré-acordo com o Partido Social-Democrata (SPD).
Merz rejeitou também as críticas dos economistas e do setor mais conservador do seu próprio partido relativamente ao aumento da despesa pública.
"Não vamos entrar numa onda de despesas. As negociações da coligação também vão incidir sobre os pontos em que temos de fazer poupanças", defendeu, acrescentando que "há uma necessidade considerável de consolidação, mas também de grandes investimentos em infraestruturas e defesa".
Michael Kellner, dos Verdes, disse que Merz teria de apresentar uma proposta "se quiser o (...) apoio" do seu partido.
"O acordo exploratório (CDU-SPD) está cheio de presentes para os lobistas. Seria uma loucura política dar carta branca à CDU/CSU e ao SPD sem conseguir nada de substancial para a proteção do clima", acrescentou.
Merz também, na entrevista, também se referiu à situação da segurança europeia e disse que as armas nucleares europeias devem ser vistas como um "complemento" das armas nucleares americanas. Em todo o caso, Merz defende a discussão com o Reino Unido e a França sobre a proteção da Europa com as suas armas nucleares.
De acordo com Merz, a partilha (do guarda-chuva nuclear) é algo que tem de ser falado, porque "a Alemanha não terá capacidade para ter armas nucleares sozinha".
No domínio da migração, Merz propôs uma posição europeia comum, "na medida do possível", embora não exclua a possibilidade de uma ação unilateral.
"Estamos a tentar encontrar fórmulas de consenso. Para mim, a segurança do meu país é a principal prioridade", afirmou.
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