Síria. EUA condenam "massacres" e pedem para se responsabilizar autores

O chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, condenou os "massacres" em curso contra as minorias na Síria e apelou às autoridades locais para que responsabilizem os autores, numa declaração divulgada hoje.

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© Sean Gallup/Getty Images

Lusa
09/03/2025 16:11 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Síria

"As autoridades sírias interinas devem responsabilizar os autores destes massacres contra as comunidades minoritárias do país", escreveu o secretário de Estado norte-americano num comunicado citado pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), depois de quase 600 mortos na nova onda de violência dos últimos três dias.

 

A declaração de Marc Rubio surge depois de o Presidente de transição da Síria ter apelado à unidade nacional e à paz civil, após uma ONG ter denunciado centenas de mortos, na maioria civis, numa violência sem precedentes desde a queda de Bashar al-Assad.

A violência foi desencadeada por um ataque sangrento, na quinta-feira, de apoiantes de Assad contra as forças de segurança em Jablé, perto de Latakia, no oeste do país, um antigo bastião do governo deposto e berço da comunidade muçulmana alauita, da qual descende o clã Assad.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que dispõe de uma vasta rede de fontes na Síria, "745 civis alauitas foram mortos nas regiões costeiras e nas montanhas de Latakia pelas forças de segurança e grupos afiliados" desde quinta-feira.

Pelo menos 273 membros das forças de segurança e combatentes pró-Assad também foram mortos, segundo o Observatório.

A comunidade alauita é um ramo do Islão xiita.

"Estes desafios eram previsíveis. Temos de preservar a unidade nacional, a paz civil, tanto quanto possível, e, se Deus quiser, poderemos viver juntos neste país", afirmou Ahmad al-Charaa, que liderou a coligação islamista sunita que derrubou Assad a 08 de dezembro, durante um discurso numa mesquita de Damasco.

Após o ataque de quinta-feira, as forças de segurança enviaram reforços e lançaram grandes operações na região.

O OSDH referiu "execuções sectárias ou regionais".

Uma fonte de segurança citada pela agência oficial Sana na sexta-feira relatou "atos isolados de violência", atribuindo-os a "multidões" que agiram em retaliação ao "assassínio de vários membros da polícia e das forças de segurança" por serem "leais ao antigo regime".

O restabelecimento da segurança é o principal desafio que o novo Governo sírio enfrenta após mais de 13 anos de guerra civil, tendo o Presidente de transição apelado aos rebeldes alauitas para que "deponham as armas antes que seja demasiado tarde".

Leia Também: Morte de civis na Síria "tem de parar imediatamente"

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