"Estamos dispostos a fazer tudo para alcançar a paz", disse o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, aos jornalistas, à entrada da sala de negociações, segundo a agência francesa AFP.
As conversações entre delegações da Ucrânia e dos Estados Unidos sobre a eventual negociação de uma trégua com a Rússia decorrem na cidade saudita de Jidá, no Mar Vermelho.
A diplomacia de Kiev deu conta do início das conversações com a divulgação nas redes sociais de um pequeno vídeo em que se viam funcionários ucranianos a entrar na sala de negociações.
Os chefes da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, e ucraniana, Andriy Sybiga, participam na reunião.
As conversações ocorrem numa altura em que o Presidente norte-americano, Donald Trump, aumentou a pressão sobre a Ucrânia para pôr fim à guerra que começou com a invasão russa do país em fevereiro de 2022.
Yermak congratulou-se com o que descreveu como o início construtivo da reunião com a delegação norte-americana.
"A reunião com a equipa americana começou de forma muito construtiva e estamos a trabalhar para estabelecer uma paz justa e duradoura", disse Yermak nas redes sociais.
Os negociadores ucranianos levaram a Jidá uma proposta de uma trégua no ar e no mar com Moscovo, segundo disse um alto funcionário ucraniano à AFP.
"Estas são as opções de cessar-fogo que são fáceis de pôr em prática e de controlar, e é possível começar por elas", acrescentou a mesma fonte, que pediu para não ser identificada.
O objetivo das conversações é "definir um quadro para um acordo de paz e um cessar-fogo inicial" entre a Rússia e a Ucrânia, de acordo com o enviado dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff.
Trata-se das primeiras conversações entre ucranianos e norte-americanos desde a visita de Zelensky a Washington, no final de fevereiro, que deu origem a um confronto verbal com Trump e o vice-presidente JD Vance perante a imprensa e o mundo inteiro.
Desde então, Washington suspendeu a ajuda militar a Kiev e a partilha de informações, uma consequência notável da transformação das relações entre os Estados Unidos e a Ucrânia desde o regresso de Trump à Casa Branca (Presidência), em janeiro.
As conversações realizam-se num dia em que a Ucrânia realizou o maior ataque com 'drones' desde o início da guerra e a Rússia reivindicou a reconquista de mais localidades ocupadas por tropas ucranianas na região russa de Kursk.
[Notícia atualizada às 11h06]
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