Estados Unidos e China discutem cimeira Trump-Xi para junho

O diário norte-americano Wall Street Journal (WSJ) noticiou que Washington e Pequim iniciaram hoje discussões sobre uma cimeira entre os líderes dos dois países, em junho, nos Estados Unidos.

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Lusa
11/03/2025 11:23 ‧ ontem por Lusa

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Cimeira

A imprensa chinesa tinha já sugerido a possibilidade de um encontro em abril.

 

As discussões, que as fontes do WSJ disseram estar na fase inicial, estão a decorrer numa altura em que a administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias adicionais e outras medidas comerciais contra a China.

Também o jornal de Hong Kong South China Morning Post avançou que Trump poderá deslocar-se à China em abril para se encontrar com o homólogo chinês, Xi Jinping.

Tanto a Casa Branca como a Embaixada da China nos EUA não quiseram comentar, indicou o WSJ.

Desde a vitória do republicano nas presidenciais norte-americanas, em novembro, que Trump e Xi manifestaram interesse na realização de uma cimeira.

Sobre a possibilidade de Trump visitar a China em abril, a porta-voz da diplomacia chinesa disse para já não ter informações.

Desde a posse de Trump, em janeiro, a administração norte-americana ameaçou, e depois suspendeu, taxas alfandegárias sobre o México e o Canadá, ao mesmo tempo que se comprometeu a punir também a Europa e outros parceiros comerciais.

Até agora, a China é o único país que enfrentou efetivamente aumentos generalizados das taxas decididos por Trump.

A Casa Branca impôs taxas adicionais de 20% sobre todos os bens oriundos da China, citando o papel do país asiático na crise do fentanil nos EUA.

Pequim retaliou rapidamente com taxas próprias, adaptando a resposta para evitar uma escalada das tensões.

Outras ações que estão a ser consideradas pela equipa comercial de Trump incluem restringir o investimento chinês nos EUA e o investimento norte-americano na China, visar indústrias dominadas pela China, como a construção naval, e limitar ainda mais a venda de produtos de alta tecnologia a empresas chinesas. As revisões sobre as relações económicas bilaterais, ordenadas por Trump no primeiro dia de mandato, deverão ser feitas até ao início de abril.

Para o WSJ, os líderes dos dois países gostariam que fosse a outra parte a deslocar-se, por uma questão de prestígio diplomático. Uma deslocação a Washington acarreta riscos para Xi, ao parecer subjugado por Trump numa altura em que a pressão está a aumentar.

Os funcionários chineses envolvidos nas conversações para uma cimeira também estão cautelosos face à ocorrência de uma cena semelhante à repreensão pública do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Sala Oval, em 28 de fevereiro, indicou o mesmo jornal.

Dados oficiais recentes mostram que as exportações da China - um dos poucos pontos positivos da economia chinesa atualmente - aumentaram 2,3%, em janeiro e fevereiro, em comparação com o ano anterior, muito abaixo das expectativas. Entretanto, o país entrou num ciclo de deflação, com os preços ao consumidor a cair abaixo de zero no mês passado, pela primeira vez em mais de um ano.

Leia Também: UE e África do Sul realizam cimeira para abordar geopolítica mundial

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