"É claro que, se quisermos dar um nome às coisas, qualquer eleição realizada sem ele [Georgescu] é uma eleição sem legitimidade", disse o porta-voz presidencial russo.
Segundo Dmitri Peskov, a proibição do político romeno de concorrer às eleições presidenciais é uma "violação de todas as normas da democracia na Europa Central", que mostra que "a Roménia optou por desconsiderar a democracia como tal".
Peskov referia-se à decisão da Comissão Eleitoral Central da Roménia de rejeitar a candidatura de Georgescu às eleições presidenciais de 04 de maio, nas quais era o favorito.
O porta-voz do Kremlin afirmou, no entanto, que as acusações de que a Rússia tem ligações a Georgescu são "absurdas" e "absolutamente infundadas".
"Acusam o nosso país de estar, de alguma forma, envolvido neste 'caso Georgescu', o que é um absoluto disparate. Estas acusações não têm qualquer fundamento", garantiu, insistindo que o político romeno também é "atraído pelas ideias do [Presidente norte-americano, Donald] Trump e pelo 'trumpismo'".
Georgescu, considerado pró-Moscovo, foi o vencedor inesperado da primeira volta das eleições, a 2 de novembro passado, mas a votação foi anulada por suspeita de que financiou ilegalmente a sua campanha e de que houve interferência russa no processo.
A proibição da sua candidatura às novas eleições desencadeou inúmeros protestos no país, onde pelo menos sete pessoas foram detidas no domingo durante manifestações na capital, Bucareste, e onde mais de uma dezena de polícias ficaram feridos.
Georgescu conta com o apoio explícito dos partidos de extrema-direita AUR, segundo maior partido parlamentar e líder da oposição na Roménia, e do Partido da Juventude (POT), formações que, em conjunto, representam 85 dos 330 deputados da Câmara Baixa.
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