Ex-presidente filipino detido vai ser transferido de imediato para Haia

O ex-presidente filipino Rodrigo Duterte, detido em Manila por crimes contra a humanidade, vai ser transferido ainda hoje para Haia, sede do Tribunal Penal Internacional (TPI), anunciou a filha e atual vice-presidente filipina.

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Lusa
11/03/2025 12:35 ‧ 11/03/2025 por Lusa

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Haia

"Enquanto escrevo isto, ele [Rodrigo Duterte] está a ser transferido à força para Haia esta noite. Isto não é justiça, é opressão e perseguição", denunciou Sara Duterte num comunicado citado pela agência espanhola EFE.

 

Sara Duterte acusou o executivo do Presidente e antigo aliado nas eleições de 2022, Ferdinand Marcos Jr, de entregar um cidadão filipino "a potências estrangeiras".

Trata-se de uma "afronta flagrante à nossa soberania", afirmou.

A vice-presidente acrescentou que o pai "não compareceu perante nenhuma autoridade judicial competente para fazer valer os seus direitos" desde que foi detido em Manila.

A filha mais nova do antigo presidente, Veronica Duterte, denunciou nas redes sociais que as autoridades filipinas estavam a levar Rodrigo Duterte "à força para um avião sem ter em conta o seu estado de saúde".

Segundo ela, o político de 79 anos estava "a ficar mais fraco a cada minuto".

A alegada transferência imediata para Haia não foi confirmada pelo palácio presidencial.

O advogado de Duterte solicitou ao Supremo Tribunal das Filipinas que suspendesse a detenção do ex-presidente.

O Supremo Tribunal disse num comunicado que devido à importância do caso foi decidido analisar a petição no sentido de suspender a detenção do ex-chefe de Estado.

O ex-chefe de Estado das Filipinas foi detido hoje em Manila depois de o TPI ter emitido um mandado de captura, acusando Rodrigo Duterte de crimes contra a humanidade.

Os alegados crimes decorrem da guerra de Duterte contra a droga durante o mandato como chefe de Estado (2016-2022), em que cerca de 6.000 pessoas foram mortas em operações antidroga e em execuções extrajudiciais, de acordo com dados da polícia.

Organizações não-governamentais (ONG) filipinas denunciaram que o número de vítimas ascende a mais de 30.000 mortos.

A detenção ocorreu no Aeroporto Internacional Ninoy Aquino, na capital filipina, num voo proveniente de Hong Kong em que viajava Duterte, às 09:20 locais (01:20 em Lisboa).

A Polícia Nacional das Filipinas (PNP) enviou 379 efetivos para o Terminal 3 do aeroporto para assegurar a ordem durante a execução do mandado que a Interpol de Manila recebeu do TPI.

A polícia também exortou o público a manter a calma e a evitar a propagação de informações erróneas, segundo a agência de notícias filipina PNA.

"A PNP adverte fortemente contra a propagação de notícias falsas e aconselha o público a confiar apenas em fontes oficiais do governo para obter informações precisas", afirmou a PNP num comunicado.

À chegada ao aeroporto, o Procurador-Geral filipino apresentou a notificação oficial do TPI a confirmar o mandado de captura contra Duterte, segundo o Gabinete de Comunicação Presidencial, citado pela PNA.

O gabinete presidencial disse que os agentes da polícia que executaram o mandado estavam equipados com câmaras corporais para garantir a transparência durante toda a operação.

O chefe da PNP, general Rommel Francisco Marbil, e o diretor do Grupo de Investigação e Deteção Criminal), major-general Nicolas Torre, supervisionaram as medidas de segurança no aeroporto, acrescentou a PNA.

[Notícia atualizada às 13h08]

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