O projeto pretende "reabilitar e construir novos postos policiais e reforçar as infraestruturas dos postos fronteiriços", refere-se num comunicado da Embaixada do Japão, divulgado hoje.
O Governo nipónico avançou anteriormente que, no âmbito do projeto, serão reabilitadas cinco esquadras de polícia, construídas 13 novas e um posto fronteiriço em Cabo Delgado.
De acordo com o documento, o valor, entregue à Organização Internacional para as Migrações (OIM), que o vai aplicar, permitirá ainda capacitar as forças policiais e de migração daquela província.
"Com o objetivo de fortalecer a capacidade de combate ao crime, incluindo nas áreas fronteiriças e melhorar a relação entre a polícia e as comunidades locais em Cabo Delgado", acrescenta-se.
Desde outubro de 2017, Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.
Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos nessa província, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemente pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano que analisa conflitos em África.
O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio de 2024, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.
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