Leavitt sublinhou numa conferência de imprensa que a decisão da administração Trump foi baseada em "informações de inteligência" das autoridades de fronteira e imigração.
"Posso garantir ao povo americano que a Alfândega e a Proteção de Fronteiras, o Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês)e o Departamento de Segurança Interna têm a certeza das identidades das pessoas que estavam nesses aviões e da ameaça que representam para a nossa pátria. Eles levam isso muito a sério", disse a porta-voz.
"Os homens e mulheres no terreno, dentro do nosso país, podem finalmente fazer o seu trabalho. Estavam de mãos atadas durante a anterior administração, mas levam o seu trabalho muito a sério. O povo americano deve confiar neles e respeitá-los nesta operação", acrescentou.
No sábado, os EUA expulsaram 261 imigrantes em dois voos para El Salvador e Honduras que partiram do Texas.
Os que aterraram em El Salvador foram presos no Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), acusados de serem membros do Tren de Aragua ou da Mara Salvatrucha (MS-13), ao abrigo de um acordo entre os governos do Presidente salvadorenho Nayib Bukele e de Donald Trump.
Em fevereiro, o Presidente Donald Trump classificou o Tren de Aragua, uma organização criminosa da Venezuela, e o MS-13, um gangue com origem em Los Angeles em 1980, como "organizações terroristas globais", num ato que vinca o reforço do combate a tais grupos do crime organizado.
Leavitt detalhou que dos 261 deportados, 137 venezuelanos foram removidos com base na Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798.
Outros 101 venezuelanos foram removidos no âmbito de procedimentos regulares de imigração, conhecidos como Título 8.
Os restantes 23 eram salvadorenhos alegados membros do MS-13, incluindo, de acordo com a porta-voz, líderes de gangues e pessoas com crimes graves.
"O Presidente Bukele expressou particular gratidão pelo regresso" do grupo de salvadorenhos, acrescentou a porta-voz.
Já o "czar das fronteiras" dos EUA, Tom Homan, defendeu também hoje as deportações para uma prisão salvadorenha, depois de, no sábado, o governo americano ter ignorado uma decisão judicial para impedir a deportação de alegados criminosos.
No sábado, um tribunal tentou travar a deportação de imigrantes que o Governo norte-americano decidiu deportar para uma prisão em El Salvador, mas as autoridades dos EUA alegam que não receberam a determinação judicial a tempo de impedir a deportação em curso.
Homan disse aos jornalistas que a ordem do juiz chegou tarde demais e que, no sábado, os aviões que transportavam alegados membros de gangues venezuelanos "já estavam sobre águas internacionais, repletos de terroristas e ameaças significativas à segurança pública".
Para o "czar das fronteiras" da Casa Branca, o Presidente Donald Trump "fez exatamente a coisa certa", ao determinar estas deportações, alegando que a "eliminação" dos "terroristas" nos Estados Unidos "devia ser um motivo para celebração".
Trump invocou a lei de 1798, que não era utilizada desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), para agilizar as deportações de membros do gangue internacional.
Na sua conferência de imprensa, Homan afirmou que não estava familiarizado com os casos individuais dos deportados, pelo que não podia confirmar se todos as pessoas expulsas do país eram membros do Tren de Aragua.
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