A FDA é a mais recente agência que luta para cumprir as medidas da administração liderada por Donald Trump, destinadas a reduzir radicalmente a força de trabalho federal.
Hoje foi o primeiro dia em que todos os funcionários da FDA foram obrigados a apresentar-se nos gabinetes, incluindo no campus da agência nos arredores de Washington.
A agência Associated Press (AP) falou com mais de meia dúzia de funcionários da FDA, sob condição de anonimato, que descreveram longas filas para estacionar e passar pela segurança, seguidas de horas de procura de espaço e material em escritórios que não foram concebidos para acomodar toda a força de trabalho da agência.
Um funcionário descreveu "caos e horas de trabalho perdidas" devido à deslocação, filas de segurança e espaço de escritório reorganizado.
Cerca de metade dos 20.000 cientistas, advogados, inspetores e pessoal de apoio da FDA reportam ao campus principal da agência em White Oak, Maryland, que até ao final da década de 1990 era uma instalação de testes de armas navais.
Embora muitas agências tenham adotado o teletrabalho durante a pandemia de covid-19, a FDA começou a adotar a prática uma década antes.
A maioria dos colaboradores tinha a opção de trabalhar a partir de casa pelo menos dois dias por semana, flexibilidade vista como uma vantagem competitiva para recrutar especialistas altamente treinados que, geralmente, podem ganhar mais a trabalhar na indústria.
"As pessoas estão a saquear cadeiras de salas de conferências e outros edifícios. Não temos mantimentos. As pessoas estão à procura de blocos de papel e outros artigos básicos em todos os edifícios do campus", destacou outro funcionário citado pela AP.
Enquanto os colaboradores se adaptavam, muitos partilhavam espaços apertados com pessoas de diferentes divisões e equipas, o que dificultava a realização de chamadas e reuniões.
Fotos partilhadas com a AP mostravam cadeiras dobráveis e mesas instaladas em corredores e lobbies.
Um porta-voz da FDA disse hoje num e-mail que a agência "está a continuar as suas atividades de regresso ao escritório para garantir que a equipa continua a ser capaz de conduzir o seu importante trabalho de saúde pública".
Todos os funcionários disseram à AP que levaram hoje a sua própria água potável na segunda-feira. Isto deve-se a um problema que durou meses que envolveu a Legionella, a bactéria que causa a doença dos legionários, que foi detetada em vários edifícios da FDA.
A Administração dos Serviços Gerais, que supervisiona os edifícios federais, tem vindo a trabalhar na questão desde o verão passado.
A equipa da FDA recebeu um e-mail no início deste mês a informar que toda a água é segura para beber, mas não detalhou os últimos resultados dos testes nem as ações corretivas tomadas.
Leia Também: Trump nomeia presidente de companhia aérea para regular aviação