Steffen Hebestreit, porta-voz do chanceler alemão, Olaf Scholz, declarou à imprensa que a Alemanha está a acompanhar os acontecimentos na Turquia "com grande preocupação" e que, nesse sentido, apela a Ancara para que "esclareça [a situação] muito rapidamente e de forma muito transparente".
A Alemanha é o país com a maior comunidade turca no estrangeiro.
Em Atenas, um porta-voz do Governo grego indicou que a Grécia considera a situação na Turquia é "instável e preocupante".
"As concessões ao Estado de direito e às liberdades civis não podem ser toleradas", indicou Pavlos Marinakis, acrescentando que Ancara teria de dar "respostas convincentes para qualquer alegada violação destes princípios".
O porta-voz grego avisou ainda que, nestas condições, será "difícil" organizar o próximo encontro entre o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, e o Presidente turco, Tayyip Recep Erdogan.
"Está a tornar-se difícil, como podem compreender, organizar o Conselho de Alta Cooperação entre a Grécia e a Turquia imediatamente em Ancara", afirmou.
Não foi anunciada oficialmente uma data exata para a reunião, que se insere nos esforços desenvolvidos desde dezembro de 2023 para aproximar os dois rivais regionais históricos, mas parceiros na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
No entanto, o diário grego Kathimerini tinha mencionado 08 de abril como a data para um encontro entre os dois líderes.
Imamoglu, suspenso do cargo e preso no domingo, foi oficialmente nomeado no mesmo dia candidato às próximas eleições presidenciais, previstas para 2028.
O Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), principal força da oposição, realizou no domingo eleições primárias em que Imamoglu - principal opositor de Erdogan -, foi o único candidato.
A oposição pede a antecipação das presidenciais e considera que o processo judicial contra Imamoglu é uma manobra do atual Governo de Erdogan para barrar o caminho do popular presidente da câmara até à Presidência.
Os protestos ameaçam endurecer na Turquia após a prisão do popular presidente da câmara de Istambul, com novos apelos a manifestações na segunda-feira em todo o país, que tem sido abalado por protestos numa escala não vista desde 2013.
Imamoglu passou a primeira noite na prisão em Silivri, a oeste de Istambul depois de ter sido formalmente destituído do cargo no domingo, acusado de corrupção.
O autarca e dirigente político negou as acusações.
"Estou aqui. Tenho uma camisa branca vestida e não a vão poder sujar. O meu pulso é forte e não o vão conseguir torcer. Não vou recuar nem um milímetro. Vou ganhar esta guerra", afirmou Iamamoglu numa mensagem enviada pelos advogados de defesa.
As acusações e a prisão de Imamoglu provocaram protestos na Turquia tendo sido convocadas hoje novas manifestações em todo o país.
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