Advogados contratados pela Venezuela pedem libertação de deportados

Advogados contratados pelo Governo da Venezuela avançaram hoje com uma ação judicial em El Salvador com o objetivo de libertar 238 venezuelanos deportados pelos Estados Unidos que estão detidos numa prisão de segurança máxima.

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Lusa
24/03/2025 23:05 ‧ há 2 dias por Lusa

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EUA

Jaime Ortega, que diz representar 30 dos venezuelanos presos, disse que eles entraram com o pedido de habeas corpus (uma medida judicial que tem como objetivo a proteção da liberdade de locomoção do indivíduo, quando esta se encontra ameaçada ou restringida de forma direta ou indireta) na Câmara Constitucional da Suprema Corte.

 

O advogado adiantou que, por extensão, solicitaram que o pedido fosse aplicado a todos os venezuelanos detidos em El Salvador numa prisão de segurança máxima.

A manobra essencialmente obriga o governo a provar que a detenção das pessoas foi justificada.

O Governo salvadorenho tem mantido silêncio sobre a situação dos prisioneiros venezuelanos desde que o governo dos EUA os enviou há mais de uma semana, apesar da ordem verbal de um juiz federal dos EUA para que os aviões fossem devolvidos.

A administração Trump está a utilizar uma lei de guerra do século XVIII para justificar o envio dos venezuelanos, que diz serem membros da organização criminosa venezuelana Tren de Aragua, que a administração declarou ser uma organização terrorista.

"Representamos, neste momento, 30 venezuelanos que nos deram o poder de agir, mas, por extensão, estamos a pedir habeas corpus para o resto dos cidadãos venezuelanos que estão detidos no nosso país", disse Ortega.

Salvador Ríos, outro advogado do escritório, disse que foram contratados pelo Governo venezuelano e pelo Comité de Famílias de Imigrantes na Venezuela. O advogado disse que os venezuelanos que representam não são membros do Tren de Aragua, que migraram do seu país e que "não têm nenhum registo criminal".

Em fevereiro, o Presidente de El Salvador, Nayib Bukele, ofereceu ao secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, a prisão de deportados americanos ou mesmo de cidadãos americanos que estejam a cumprir penas de prisão.

Os EUA estão a pagar a El Salvador para os manter presos, o que ambos os governos advogam ser uma poupança de custos.

No entanto, advogados de ambos os países questionaram a justificação legal para enviar migrantes que não foram condenados ou, em muitos casos, nem sequer acusados de um crime para a prisão num país estrangeiro.

Leia Também: EUA retomam voos de deportação de migrantes para a Venezuela

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