"O chefe de Estado irá reiterar ao Presidente Zelensky que a França fará da continuação e do reforço do apoio militar e financeiro à Ucrânia a sua prioridade absoluta", declarou o Eliseu num comunicado de imprensa.
A chegada do Presidente ucraniano está prevista para as 18:00 horas (17:00 de Lisboa), seguida de declarações à imprensa por parte dos dois líderes, antes de uma reunião bilateral e de um jantar de trabalho.
Na quinta-feira de manhã, Emmanuel Macron organiza uma nova cimeira sobre "paz e segurança para a Ucrânia" em Paris com os países da "coligação dos voluntários", que reunirá mais de vinte países da União Europeia e da NATO e incluirá o Reino Unido, o Canadá, a Noruega e a Turquia, segundo uma fonte diplomática.
Esta cimeira ocorre na sequência das reuniões realizadas em Paris e Londres nas últimas semanas para dar "garantias de segurança" à Ucrânia, invadida pelas tropas russas em fevereiro de 2022, numa altura em que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenta arrancar um eventual acordo de paz com a Rússia.
O objetivo é "finalizar" o trabalho sobre o apoio militar "a curto prazo" à Ucrânia, sobre "um modelo de exército ucraniano sustentável para evitar futuras invasões russas" e sobre as "garantias de segurança que os exércitos europeus podem fornecer", incluindo os destacamentos terrestres em solo ucraniano, afirmou o Presidente francês na semana passada.
Emmanuel Macron prossegue ainda com o seu debate nacional sobre a forma de reforçar o esforço de defesa em França e na Europa face ao afastamento dos Estados Unidos.
Na terça-feira à tarde, pela terceira vez nas últimas semanas, Macron reunir-se-á com o primeiro-ministro francês, François Bayrou, e com vários ministros para discutir sobre as despesas militares adicionais que consideram necessárias e a forma como devem ser financiadas.
Na segunda-feira, cerca de 60 líderes centristas europeus defenderam na "cimeira pela democracia e pelas liberdades", em Paris, o aumento das despesas militares para apoiar a Ucrânia e a apreensão de bens russos, segundo Gabriel Attal, antigo primeiro-ministro francês e secretário-geral do partido francês Renascimento, força política de Macron.
Esta posição é contrária à do Governo francês, que se opõe oficialmente à apreensão dos ativos russos, que representam cerca de 235 mil milhões de euros, além dos juros que geram, já a ser usados para ajudar Kiev.
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