O cargo de presidente do parlamento - em termos protocolares, o segundo mais alto da Alemanha, depois do presidente e à frente do chanceler - cabe tradicionalmente para a força política com maior presença na câmara baixa, ou Bundestag.
Depois da eleição de 23 de fevereiro, esta força política é o bloco de centro-direita que apoia o provável próximo chefe de Governo Friedrich Merz.
A escolhida de Merz é Julia Klockner, de 52 anos, que foi ministra da Agricultura de 2018 a 2021, no último Governo da ex-chanceler Angela Merkel.
Os deputados elegeram Klockner por 382 votos contra 204, com 31 abstenções.
Klockner prometeu que vai desempenhar as funções de forma "apartidária, calma e destemida".
A atmosfera no Bundestag tornou-se consideravelmente mais tensa desde que o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) conquistou os primeiros lugares em 2017.
Nas eleições de fevereiro, o AfD ficou em segundo lugar, duplicando a percentagem de votos para 20,8%, detendo agora 152 dos 630 lugares do parlamento.
"Devemos conduzir e suportar discursos controversos... de acordo com regras claras. (...) Cuidarei para que lidemos uns com os outros de forma civilizada. E se não o fizermos, aprendamos a fazê-lo", defendeu Klockner.
De acordo com as regras parlamentares, cada um dos restantes partidos deve ter um vice-presidente, mas os candidatos devem conquistar a preferência da maioria dos deputados.
Ao longo dos oito últimos anos, a maioria rejeitou todos os candidatos propostos pelo AfD.
Nesta votação, os deputados rejeitaram, mais uma vez, o nome de Gerold Otten, do AfD, que não conseguiu obter mais de 190 votos.
Não ficou claro quando é que o Bundestag poderá eleger um novo chanceler.
Merz está ainda em negociações para formar uma coligação com os sociais-democratas de centro-esquerda do chanceler cessante Olaf Scholz, que, apesar de já ter sido notificado oficialmente da demissão, ainda permanece no lugar interinamente, até que o Presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, dê posse a um novo chanceler.
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