Professores da Columbia processam Governo Trump por deportações planeadas

Professores universitários apresentaram terça-feira uma ação judicial contra o Governo norte-americano liderado por Donald Trump, denunciando um ataque à Universidade de Columbia e aos protestos pró-palestinianos no campus, e uma tentativa de deportar estudantes estrangeiros que participaram nos eventos.

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© Kena Betancur/VIEWpress

Lusa
26/03/2025 06:32 ‧ há 3 dias por Lusa

Mundo

EUA

Desde o regresso do multimilionário à Casa Branca, as autoridades têm aumentado a pressão sobre a prestigiada universidade de Nova Iorque, que Donald Trump acusa de permitir o florescimento de um movimento de protesto contra a guerra de Israel em Gaza, que considera antissemita.

 

O governo norte-americano, que atingiu a universidade no bolso, tenta simultaneamente silenciar as vozes da causa palestiniana aumentando o número de detenções, ou tentativas de detenção.

A polícia federal de imigração deteve Mahmoud Khalil, uma figura importante nestas manifestações estudantis em Columbia, que tem um visto de residente permanente (green card), mas está agora ameaçado de deportação.

Depois de Columbia, a administração Trump ameaçou cerca de sessenta grandes universidades, como Harvard, exigindo-lhes que aplicassem as suas diretivas.

Atacar manifestantes não americanos que expressam simpatia pela causa palestiniana é inconstitucional, principalmente porque impede os cidadãos norte-americanos de se ligarem a estrangeiros e de ouvirem as suas opiniões, defende o processo interposto hoje pelas organizações docentes num tribunal de Massachusetts.

A política de "expulsão ideológica criou um clima de intensa repressão e medo nos campus universitários", de acordo com a queixa apresentada pela Associação Americana de Professores Universitários (AAUP).

"A Primeira Emenda significa que o governo não pode prender, deter ou deportar alguém por expressar uma opinião política dentro da lei --- é tão simples quanto isso. Este é o tipo de prática que normalmente vemos nos regimes mais repressivos, e não tem lugar na nossa democracia", sustentou Jameel Jaffer, diretor do Knight First Amendment Institute na Universidade de Columbia, uma das organizações que redigiram a queixa.

"A administração Trump está a visar académicos e estudantes estrangeiros que expressam as suas opiniões sobre a Palestina, mas não se deixem enganar: não vai ficar por aqui. Depois visará aqueles que ensinam a história da escravatura ou (...) que conduzem inquéritos climáticos", alertou Todd Wolfson, presidente da AAUP.

Um juiz de Nova Iorque determinou hoje que a administração Trump parasse de tentar deter uma estudante sul-coreana na Universidade de Colúmbia, enquanto analisa o processo para a sua deportação. A jovem participou no movimento pró-Palestina no ano passado.

Yunseo Chung, de 21 anos, interpôs na segunda-feira uma ação judicial contra o presidente Trump e a sua administração, que a querem deportar, embora seja residente permanente nos Estados Unidos, para onde emigrou aos 7 anos com os pais.

O Serviço Federal de Imigração (ICE) fez buscas em várias residências de estudantes de Columbia à sua procura no dia 13 de março, de acordo com os seus advogados.

Foi num desses edifícios que os agentes do ICE detiveram Mahmoud Khalil no fim de semana de 08 de março. A sua deportação também foi bloqueada por um juiz de Nova Iorque, aguardando uma revisão que continuará numa audiência decisiva na quinta-feira na vizinha Nova Jérsia.

A administração Trump está a colocar uma intensa pressão sobre a Columbia, que foi privada de 400 milhões de dólares em subsídios federais.

No final da semana passada, a universidade concordou em realizar reformas drásticas na esperança de abrir negociações para recuperar esses fundos.

Em particular, concordou em rever completamente a sua gestão dos movimentos de protesto, formalizar uma definição de antissemitismo e reformar os departamentos de estudos sobre o Médio Oriente, o Sul da Ásia e África.

Leia Também: Sob ameaça de Trump, Universidade de Columbia concorda com mudanças

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