Autoridades moçambicanas querem recolher ovos de répteis para travar ataques

Pelo menos 11 pessoas morreram no primeiro trimestre na província de Manica, centro de Moçambique, em ataques de répteis, como crocodilos e cobras, com as autoridades a equacionarem a recolha de ovos para travar o crescimento destas espécies.

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Lusa
08/04/2025 14:48 ‧ há 1 semanas por Lusa

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Moçambique

"Este ano temos, infelizmente, um número um bocadinho elevado (...) de 11 óbitos, que, comparando com o igual período do ano passado, superou em dois casos. Isso é muito preocupante para nós, estamos a falar de picadas de cobra e mordida de crocodilo ", disse hoje aos jornalistas o diretor provincial de Desenvolvimento Territorial e Ambiente em Manica, Rafael Silvestre Manjate.

 

O responsável apontou os distritos de Bárue e Mossurize como zonas críticas destes ataques, com as autoridades locais a proporem a colheita de ovos destes répteis como forma de controlo populacional.

"É importante que começamos a fazer a recolha de ovos, dos répteis. Temos um número muito elevado de répteis. Por exemplo, o rio Zambeze é um assunto muito sério (...). A questão da coleta de ovos é para nós podermos controlar os nascimentos, sentimos que temos nascimentos excessivos de répteis. O crocodilo acaba tendo um número muito grande de filhotes, então, para nós, é importante que essa atividade seja feita", acrescentou Silvestre.

O diretor provincial de Desenvolvimento Territorial e Ambiente em Manica defendeu, desta forma, a necessidade de a "nível central" ser dada "luz verde" para avançar com a medida: "Como forma de reduzir o número de nascimentos e garantir a vida dos outros animais".

O caso mais recente destes ataques em Manica ocorreu em Vanduzi, onde três irmãos, de 11, 15 e 17 anos, foram arrastados por um crocodilo no rio Tembwe, um dos quais permanece hospitalizado, no Chimoio.

O número de mortos devido a ataques de animais selvagens quase triplicou num ano, chegando a 159 vítimas em 2023, segundo um relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE), noticiado em setembro passado pela Lusa.

No relatório de Indicadores Básicos do Ambiente de 2023, o INE detalha que o número de óbitos por conflito homem - fauna bravia foi de 58 no ano anterior e de 56 em 2021, mas de 97 em 2020 e de 42 em 2019.

Mais de metade das vítimas mortais destes ataques em 2023 concentrou-se na província de Tete (70), seguindo-se a Zambézia (31), segundo os dados do INE, que referem ainda que só as províncias de Sofala e de Nampula não registaram óbitos.

Só a província de Tete soma 137 mortos desde 2019, de acordo com o histórico do INE.

No relatório acrescenta-se que o número de feridos nestes ataques também continua a crescer, afetando 114 pessoas em 2023, contra 70 no ano anterior, 51 em 2021, 66 em 2020 e 59 em 2019.

Leia Também: UE destina 17 milhões de euros para Moçambique e um milhão para Angola

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