Guerra comercial? "Uma recessão terá consequências dramáticas"

O secretário-geral da ONU, António Guterres, admitiu hoje estar preocupado com o impacto que uma guerra comercial, e uma eventual recessão, possa ter junto dos países em desenvolvimento, estimando que as consequências seriam "devastadoras".

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© Dursun Aydemir/Anadolu via Getty Images

Lusa
08/04/2025 18:51 ‧ há 4 dias por Lusa

Mundo

Guerra comercial

"Estou particularmente preocupado com os países em desenvolvimento mais vulneráveis, nos quais o impacto será mais devastador", afirmou Guterres a jornalistas, ao ser questionado sobre as novas taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos e as suas consequências à escala mundial.

 

"Espero sinceramente que não tenhamos uma recessão, porque uma recessão terá consequências dramáticas, sobretudo para as pessoas mais pobres do mundo", reforçou.

Guterres insistiu que as guerras comerciais são extremamente negativas.

"Ninguém ganha com uma guerra comercial. Todos tendem a perder", enfatizou o líder das Nações Unidas. 

Na semana passada, a ONU já havia admitido preocupação face ao impacto das tarifas nos "países mais vulneráveis", mas também no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

"A nossa preocupação agora é com os países mais vulneráveis, que são os menos equipados para lidar com a situação atual", disse na sexta-feira o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, ao ser questionado sobre as guerras tarifárias em curso.

A ONU disse acreditar que as tarifas, e a consequente guerra comercial, vão ter "um impacto negativo" no progresso em direção aos ODS, um conjunto de 17 metas globais de desenvolvimento estabelecidas pela Assembleia-Geral das Nações Unidas.  

Na quarta-feira, num dia que apelidou de "Dia da Libertação", o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs uma tarifa de 10% sobre as importações de 184 países e territórios, incluindo a União Europeia.  

No caso da China, por exemplo, Trump anunciou uma tarifa de 34%, somando-se aos 20% já em vigor, elevando o total para 54%.  

Mas, entre as nações com as tarifas mais elevadas anunciadas por Washington estão alguns países com rendimentos mais baixos do mundo, como o Lesoto, o Camboja, o Laos, Madagáscar e Myanmar (antiga Birmânia), com novas tarifas superiores a 45%.  

As elevadas tarifas desencadearam uma queda nos mercados do dólar, do petróleo e das ações em todo o mundo, com os mercados financeiros a anteciparem um declínio no crescimento e no comércio global.  

Leia Também: "Má notícia". Hungria receia guerra comercial entre EUA e China

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