"Condenamos veementemente estes ataques e a verdade tem de ser apurada", argumentou o governante numa conferência de imprensa na cidade egípcia de al-Arich, a 50 quilómetros de Gaza, após uma reunião com o Crescente Vermelho.
No passado dia 04, a organização humanitária Crescente Vermelho garantiu ter provas que refutam as justificações dadas por Israel para o ataque a um comboio médico em 23 de março.
Entre o material recolhido, a organização conta com um vídeo que "mostra muito claramente que as ambulâncias estavam com as luzes acesas" no momento do ataque, segundo Marwan Jilani, vice-presidente da Sociedade do Crescente Vermelho Palestiniano, organização que integra o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e da qual faziam parte vários dos profissionais mortos na ofensiva.
As forças israelitas admitiram que dispararam contra ambulâncias na Faixa de Gaza em 23 de março, depois de considerarem os veículos suspeitos.
Israel alegou ainda que as suas tropas não tinham informação prévia sobre os veículos em missão de socorro e indicou que circulavam com luzes apagadas.
Os eventos ocorreram em 23 de março, quando Israel ordenou a evacuação forçada do bairro de Tel al-Sultan, em Rafah, na Faixa de Gaza, que foi bombardeado pouco depois.
Nesta visita ao Egito, Macron destacou como "prioridade máxima" o reinício da ajuda humanitária a Gaza, onde, disse, a "situação atual é insustentável e nunca foi tão grave".
"Apelamos, antes de mais, a que a ajuda humanitária seja retomada o mais rapidamente possível", declarou o responsável francês na cidade no Sinai egípcio, numa rara visita de um dirigente europeu à periferia da Faixa de Gaza.
Quase todos os 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza foram deslocados pelo menos uma vez pelos combates e vivem num território devastado e sitiado desde o início da guerra desencadeada em 7 de outubro de 2023 pelo ataque sem precedentes a Israel pelo movimento islâmico palestiniano Hamas.
A guerra em Gaza foi desencadeada por um ataque do movimento islâmico palestiniano Hamas contra Israel a 07 de outubro de 2024, que resultou em cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, segundo Telavive.
As autoridades de Gaza garantem que a ofensiva militar israelita, que se seguiu ao ataque, matou mais de 50.800 pessoas, incluindo as mais de 1.400 vítimas contabilizadas desde 18 de março, quando o exército israelita voltou aos ataques durante o cessar-fogo alcançado em janeiro.
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